Arrematado por R$ 106 milhões, Porto de Vitória é o primeiro a ser desestatizado no Brasil

A Companhia Docas do Espírito Santo (Codesa) foi arrematada por R$ 106 milhões pela FIP Shelf 119 – Multiestrategia, durante leilão realizado na manhã desta quarta-feira (30), na Bolsa de Valores B3, na Capital Paulista.

O Porto de Vitória é o primeiro complexo portuário a passar pelo processo de desestatização, promovido pelo Governo Federal, por meio do Ministério da Infraestrutura (MInfra), e do BNDES.

No entanto, o valor pelo qual a Codesa foi arrematada ficou bem abaixo dos R$ 719,5 milhões que eram projetados pelo Governo Federal.

O MInfra projeta R$ 1 bilhão em investimentos durante os 35 anos do contrato de concessão do Porto de Vitória. Além disso, a expectativa é de geração de mais de 15 mil empregos na região.

O leilão era visto como um teste do mercado para a privatização do Porto de Santos, o maior do país, que o governo pretende realizar ainda este ano. Ainda nesta quarta, o governo realiza leilões de concessão de três terminais portuários.

A empresa vencedora do leilão desta quarta terá que investir R$ 335 milhões e aplicar outros R$ 520 milhões em custos com manutenção durante o período de concessão dos portos.

A Codesa é o primeiro complexo portuário a passar por esse processo no setor dentro do país e o seu modelo de desestatização deve servir de base para o leilão do Porto de Santos, que pode acontecer ainda neste ano.

“Nesse dia 30 de março de 2022 a gente faz história com o primeiro leilão do setor portuário brasileiro. Demos o primeiro passo de um grande programa de desestatizações, que representa o desafio maior de desvencilhar os portos brasileiros da burocracia. Em termos de produtividade sempre fomos competitivos, mas precisamos superar essas amarras, as decisões precisam ser efetivadas com rapidez e os investimentos com velocidades. Por isso, o leilão da Codesa é o passo inicial para deixarmos um importante legado no setor portuário do Brasil”, disse o secretário nacional de Portos e Transportes Aquaviários, Diogo Piloni.

O ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, também enalteceu a conclusão do primeiro porto a passar para a mão do setor privado no Brasil.

“Hoje estamos vivendo o início de um ciclo (das desestatizações portuárias). Depois de uma série de leilões em outros setores, hoje começamos no setor portuário com o importante leilão da Codesa. Estamos ficando competitivos e mostrando que podemos ser eficientes da ‘porteira para fora’ e não apenas da ‘porteira para dentro’. Deus me abençoou de ter me colocado no caminho do presidente Bolsonaro, que foi extremamente corajoso em apostar em mim e na minha equipe. Com o leilão da Codesa, demos início a uma jornada que não vai parar”, completou.