Trio é preso por misturar grãos com metanol e outros produtos químicos em galpão clandestino de Santos
Por Santa Portal em 15/10/2025 às 11:00
Três suspeitos foram presos em flagrante e cerca de 40 toneladas de grãos e produtos químicos, incluindo metanol, foram apreendidas em dois imóveis localizados na Rua Dr. Cochrane, no bairro Paquetá, em Santos, no litoral de São Paulo, nesta terça-feira (14). O material estava armazenado e misturado de forma irregular no local, que funcionava como galpão clandestino. A carga é suspeita de ter sido furtada de trens em Cubatão.
A ação foi coordenada pelo delegado Fábio Szabo Guerra, do 4º Distrito Policial de Santos. Segundo ele, as investigações começaram há cerca de seis meses, após denúncias e observação de uma movimentação intensa e suspeita de caminhões e utilitários descarregando sacos de grãos nos imóveis – um aberto e outro fechado.
“Chamou atenção a quantidade de veículos descarregando sacos de milho, açúcar e soja sem qualquer identificação. Ao checar junto à Prefeitura, constatamos que o local não tinha alvará de funcionamento, e que a empresa responsável se apresentava como comércio de produtos alimentícios”, explicou o delegado.
Durante a ação, os agentes encontraram mistura de alimentos com produtos químicos, como nitrato, metanol e ácido sulfúrico, o que configura crime contra a saúde pública. Três pessoas foram presas, sendo eles o responsável pelo local – que tem antecedentes por receptação –, um motorista e um ajudante que descarregava um caminhão no momento da abordagem.
“Eles misturavam produtos impróprios com mercadoria destinada ao consumo. A armazenagem era totalmente irregular e perigosa, inclusive com risco de contaminação e explosão”, afirmou Szabo Guerra.
A Polícia também apreendeu empilhadeiras, maquinários e equipamentos usados para peneirar grãos e tentar separar o material furtado. Um dos caminhões presentes no local já havia sido flagrado meses antes transportando carga desviada da linha férrea de Cubatão.
Além de receptação e crime ambiental, os envolvidos responderão por corrupção de substância alimentícia e associação criminosa, podendo pegar penas que somam mais de 15 anos de prisão.
De acordo com o delegado, Prefeitura de Santos, por meio das Secretarias de Finanças e Meio Ambiente, foi acionada e confirmou que o local que armazenava grãos já havia sido notificado e teve o pedido de autorização negado. O próximo passo será a lacração do estabelecimento.
A carga apreendida será encaminhada para descarte ambiental adequado, feito por empresa credenciada. “Nenhum desses produtos pode voltar ao consumo humano ou animal”, reforçou. As investigações continuam para identificar outros envolvidos e o destino das cargas furtadas.