Após audiência de custódia, Rollo e colegas vão para o presídio da Polícia Civil
Por Santa Portal em 18/11/2022 às 16:20
Suspeitos de suposto desvio de cocaína destinada ao tráfico internacional, os quatro investigadores capturados no início da manhã desta sexta-feira (18) tiveram a prisão temporária de 30 dias decretada pelo juiz Walter Luiz Esteves de Azevedo, da 5ª Vara Criminal de Santos. Após ser submetido a audiência de custódia, o grupo foi encaminhado ao Presídio Especial da Polícia Civil, na Zona Norte de São Paulo.
A audiência de custódia foi presidida pela juíza Luciana Castello Chafick Miguel. Ela não tomou os depoimentos dos policiais, embora eles quisessem se manifestar, porque o objetivo do ato processual não foi o de realizar uma análise quanto ao mérito das prisões, mas apenas verificar se houve o cumprimento das formalidades legais na execução das ordens de captura expedidas pelo juízo da 5ª Vara Criminal.
De acordo com o advogado Leandro Weissmann, um dos defensores dos policiais, os clientes estão “tranquilos”, na medida do possível, porque eles garantem que não praticaram qualquer ato ilícito no cumprimento de suas funções. Os investigadores presos são Orlando Rollo, que já foi presidente do Santos, Ricardo Razões, Joaquim Bonorino e Marcelo Silva Paulo.
Procedimento de Investigação Criminal (PIC) do Ministério Público, por intermédio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), apura o suposto desvio de cocaína de um carregamento apreendido pelos policiais no último dia 6 de agosto. Oficialmente, foram encontrados 168 quilos de cocaína em um caminhão, na estrada que liga a Rodovia Cônego Domênico Rangoni à Ilha Barnabé, em Santos.
Os policiais disseram na época que três homens estariam com a droga e conseguiram fugir por um matagal. Ainda conforme a versão oficial, o entorpecente seria levado à facção criminosa carioca Amigos dos Amigos (ADA), no Complexo do Alemão. Porém, o Gaeco apura se a quantidade de cocaína apreendida não foi aquém da efetivamente achada e se o verdadeiro destino dela não seria o mercado internacional.
Dinheiro apreendido
Além das ordens de captura, foram cumpridos mandados de busca e apreensão. Um dos endereços vistoriados foi o da casa da mãe de Rollo, onde foram apreendidos R$ 70 mil. Weissmann afirmou que o dinheiro não deveria ter sido recolhido porque ele tem como origem o inventário do pai do investigador, falecido recentemente. “Até o imposto já foi pago, mas não quiseram analisar a documentação”, protestou o advogado.
A pedido do Gaeco, o juiz Azevedo decretou o “sigilo absoluto” dos autos. Weissmann e o advogado Armando de Mattos Júnior estiveram na 5ª Vara Criminal nesta tarde, após a audiência de custódia, para ter acesso ao PIC que segue contra os seus clientes e poder estabelecer as suas linhas de defesa. Além dos policiais, mais duas pessoas teriam sido presas, mas o Santa Portal não conseguiu apurar quem são elas. (EF)
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