Publicações divulgam informações falsas sobre suspeitos e família do jovem Carlinhos recebe ameaças

Por Rodrigo Martins em 30/04/2024 às 21:00

Reprodução
Reprodução

Vídeos e fotos que circulam nas redes sociais estão causando confusões e ameaças para pessoas que não tem nenhum tipo de relação com o caso do jovem Carlos Teixeira, de 13 anos, que morreu após ser espancado em uma escola de Praia Grande.

A advogada da família de Carlinhos, Amanda Mesquista, postou um relato nas redes sociais sobre como algumas fake news que estão sendo divulgadas vêm dificultando o caso, inclusive com ameaças contra elas e contra familiares do jovem.

“Em um perfil do X (antigo Twitter) estão divulgando supostos agressores do Carlinhos, com fotos de várias pessoas. Isso está gerando um problema gigantesco. Estão divulgando imagens de pessoas que nem tem nada a ver com o caso. Fazendo isso não estão ajudando, estão piorando. Usar imagens de menores de idade é crime. Eles estão fazendo isso com pessoas que são inocentes. Isso pode causar uma outra tragédia. A família do Carlinhos já disse que não quer sangue com sangue”, disse Amanda, em entrevista exclusiva ao Santa Portal.

“Isso está gerando ameaças contra pessoas inocentes, ameaças aos culpados e ameaças contra a família do Carlinhos. As pessoas que estão sendo ameaçadas estão ameaçando a família do Carlinhos”, acrescentou a advogada.

A defensora contou inclusive que a família de Carlinhos deve registrar um Boletim de Ocorrência em decorrência das ameaças sofridas recentemente.

“Eles também estão sofrendo, todo mundo está sofrendo nessa história. As pessoas querem buscar Justiça, mas estão tomando atitudes que não cabem a elas. A Polícia está investigando, o inquérito está acontecendo e é nisso que a gente tem que focar. Essa repercussão perde o controle e as pessoas acabam usando o caso do Carlinhos para engajamento. É algo que só prejudica o caso e a família. (Os familiares do Carlinhos) já estão vivendo um momento de luto e passar por ameaças ninguém merece”, concluiu Amanda Mesquita.


Foto: Reprodução

Relembre

O adolescente Carlos Teixeira, de 13 anos, morreu no último dia 16, uma semana após ser agredido na escola estadual onde estudava, em Praia Grande. A morte do estudante foi registrada pela Polícia Civil e está sendo investigada.

A agressão ocorreu no último 9 de abril, dois dias após Carlos completar 13 anos, na Escola Estadual Júlio Pardo Couto. De acordo com o relato da tia da vítima nas redes sociais, a coluna do menino foi fraturada durante o episódio de violência. Em outro caso, Carlos teria sido levado para o banheiro e agredido.

O menino foi levado à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Praia Grande algumas vezes pelo pai, foi medicado e liberado. A Prefeitura de Praia Grande lamentou a morte de Carlos e afirmou que todos os procedimentos adotados no atendimento estão sendo analisados.

No dia 15, no entanto, as dores do estudante se intensificaram e a família de Carlos buscou atendimento médico em Santos.

Laudo do IML

O laudo necroscópico do Instituto Médico Legal (IML) apontou broncopneumonia bilateral como a causa da morte do menino Carlos Teixeira, de 13 anos, que morreu na última terça-feira (16) após ser agredido na escola onde estudava, em Praia Grande.

A informação está na declaração de óbito da vítima e foi confirmada à Santa Cecília TV pela advogada da família de Carlos. No documento, também consta que o menino sofreu uma celulite infecciosa no cotovelo direito.

A broncopneumonia consiste em uma infecção que afeta as estruturas internas dos pulmões, como os alvéolos e brônquios. Segundo a tia de Carlos, na ocasião da agressão, no dia 9 de abril, Carlos ficou com as costas machucadas.

O menino deu entrada na Santa Casa de Santos no início da tarde de terça-feira (16), após as dores e a falta de ar se intensificarem. Carlos foi levado pela família para passar por atendimento médico na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) de Praia Grande três vezes antes de buscar ajuda em Santos. De acordo com a tia, ele teve complicações causadas por fraturas na coluna e sofreu três paradas cardiorrespiratórias.

loading...

Este site usa cookies para personalizar conteúdo e analisar o tráfego do site. Conheça a nossa Política de Cookies.