Proprietário e segurança são condenados a 16 anos de prisão por morte de jovem espancado no Baccará
Por Rodrigo Martins em 08/11/2023 às 04:00
O proprietário da casa noturna Baccará, Vitor Alves Karam, e o segurança do estabelecimento, Sammy Barreto Callender, acusados de envolvimento na morte do estudante Lucas Martins de Paula, em julho de 2018, foram condenados a 16 anos de prisão, por homicídio triplamente qualificado. O julgamento se encerrou na madrugada desta quarta-feira (8), no Fórum de Santos.
O julgamento dos dois últimos envolvidos na morte de Lucas deveria ter ocorrido em 26 de setembro, mas o júri foi adiado na ocasião porque a defesa de Sammy entrou com recursos no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) e no Superior Tribunal de Justiça (STJ) para que um médico legista fosse ouvido como testemunha.
O julgamento
Na segunda (6), que foi o primeiro dia de julgamento, 15 pessoas foram convocadas para prestar depoimento, porém algumas delas foram liberadas pela Promotoria e pela defesa dos réus. Na ocasião, dois delegados foram ouvidos, um perito criminal, além de amigos de Lucas e o pai do jovem.
Após os depoimentos, a sessão foi suspensa no final da noite de segunda-feira e retomada por volta das 9h30 desta terça (7).
Neste segundo dia de julgamento, os réus prestaram depoimentos no tribunal. Sammy respondeu perguntas durante cerca de duas horas e, após uma pausa no início da tarde, o julgamento foi retomado com o depoimento de Vitor Karam, que durou pouco mais de uma hora.
Na sequência, as defesas dos réus puderam apresentar suas teses ao júri e a Promotoria pode se manifestar também. Após réplicas e tréplicas de ambas as partes, o júri se reuniu para deliberar sobre o veredicto do caso.
A sentença de 16 anos de reclusão em regime fechado para o proprietário e o segurança do Baccará foi anunciada por volta das 3h30.
O assistente da acusação, o advogado Armando de Mattos Júnior, valorizou o resultado do júri e lembrou que, desta forma, a família de Lucas pode colocar um ponto final na luta por Justiça.
“Nenhuma sentença trará o filho dessa família de volta, isso é fato. Mas não há como negar que traz um pouco de conforto para todos nós (a condenação dos réus), principalmente para a família do Lucas”, disse Mattos Júnior, ao Santa Portal.
Relembre o crime
Lucas Martins de Paula, com 21 anos na época, foi brutalmente espancado depois de contestar R$ 15 registrados em sua comanda. Ele morreu após passar 22 dias internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da Santa Casa de Santos. O crime ocorreu na madrugada de 7 de julho de 2018.
Além de Vitor e Sammy, Thiago Ozarias Souza, que era segurança na casa noturna, foi julgado e condenado em setembro deste ano pela morte do jovem. Ele foi considerado culpado de homicídio triplamente qualificado e sentenciado a cumprir 18 anos de prisão em regime fechado.
Outro acusado de envolvimento na morte de Lucas, o chefe de segurança da casa, Anderson Luiz Pereira Brito, morreu em novembro de 2021, quando ainda estava foragido.
