29/07/2023

Preso ‘juiz’ do tribunal do crime do PCC condenado a 25 anos por matar policial

Por Santa Portal em 29/07/2023 às 08:00

Condenado a 25 anos e oito meses de reclusão por envolvimento no sequestro, execução e ocultação do cadáver de um investigador em um cemitério clandestino do Primeiro Comando da Capital (PCC), Cleidison Santos da Silva, de 28 anos, foi capturado por policiais do 2º DP de Cubatão, na manhã de sexta-feira (28), no Bolsão 9. O homicídio aconteceu em 2016 e teve como vítima Anderson Diogo Rodrigues.

Conhecido por Cheiro, Cleidison foi capturado pelos investigadores Rogério de Oliveira Pinto e Gustavo Mantas Mosciaro. Desde março, os policiais checavam informações de que o criminoso havia retornado a Cubatão, mesma cidade onde a vítima foi sequestrada, morta e enterrada em uma cova rasa. Encaminhado à cadeia anexa ao 5º DP de Santos, o bandido aguarda remoção ao sistema penitenciário.

Anderson, de 43 anos, foi sequestrado na madrugada de 25 de junho de 2016, na Ilha Caraguatá. Ele estava com a namorada e teve a condição de policial civil descoberta ao retirar a sua carteira do bolso em uma pizzaria. Esse simples ato possibilitou que a sua funcional fosse mostrada de modo involuntário. Pelo menos três homens, entre os quais Cheiro, renderam o investigador e a namorada.

O casal foi levado de carro à Vila dos Pescadores, comunidade carente formada em sua maioria por palafitas. Desse núcleo, apenas o policial foi conduzido de barco até uma ilha fluvial em uma área de mangue, próximo à Vila Esperança. A mulher foi liberada. Lotado na Delegacia Seccional de Santos, Anderson estava afastado da função havia cerca de dez anos por motivo de saúde.

Cena macabra

O corpo do policial foi achado por investigadores de Cubatão e Santos no dia 27 de julho de 2016. Na véspera, um comparsa de Cheiro havia sido capturado e indicou aos agentes o lugar de mata fechada onde a vítima teve o cadáver ocultado. Próximo à cova de Anderson, enterrado despido e com as mãos na nuca, em posição típica de execução sumária, mais quatro foram encontradas.

Uma dessas covas estava aberta e vazia, aguardando o sepultamento da próxima vítima. Nas demais havia outros três cadáveres de pessoas do sexo masculino. A funcional do investigador, outros documentos e até o medicamento que ele tomava foram achados sobre o seu corpo. O RG do policial apresentava uma marca de tiro, sinal da tortura psicológica que sofreu, além da física, nos momentos antecedentes ao seu assassinato.

Os indícios são de que o cemitério clandestino não se destinava apenas à ocultação dos cadáveres. Pela sua localização estratégica, podendo ser acessado de barco por Praia Grande, São Vicente, Santos e Guarujá, ele também serviria como local para sessões do tribunal do crime promovidas pelo PCC e, conforme a sentença, eliminar desafetos da facção criminosa ou integrantes que de algum modo desagradaram os comparsas. (EF)

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