16/07/2024

Polícia Civil apreende 550 kg de cocaína em empresa e prende conferente por tráfico

Por Santa Portal em 16/07/2024 às 13:05

Divulgação/Governo de SP
Divulgação/Governo de SP

O conferente de uma empresa instalada no Distrito Industrial de Cubatão foi preso em flagrante por tráfico de drogas, na tarde de segunda-feira (15), sob a acusação de facilitar a entrada de um contêiner contaminado com 550 quilos de cocaína no pátio da firma.

A Polícia Civil irá divulgar detalhes do caso em entrevista coletiva agendada para as 16h30 desta terça-feira (16), mas o Santa Portal conseguiu apurar as informações sobre como houve a apreensão da droga e a prisão do acusado.

Policiais do 1º DP de Cubatão prenderam o conferente após serem informados por representantes da empresa sobre provável irregularidade no cofre de carga, porque ele sofreu uma movimentação atípica e o seu lacre não é igual ao normalmente utilizado.

As investigações prosseguem para identificar outros envolvidos no esquema, tanto eventuais funcionários quanto terceiros. No entanto, os dados já levantados deixaram convicto o delegado Fábio Szabo Guerra da participação do conferente Samuel Santos da Silva, de 36 anos, que foi recolhido à cadeia.

Trâmite

Localizada na Rodovia Cônego Domênico Rangoni, km 268, a empresa Brasil Cold Storage – BCS não recebe contêineres estufados, mas somente vazios. Posteriormente, as caixas metálicas são carregadas no pátio da firma com os mais diversos tipos de cargas, que chegam em caminhões graneleiros ou do tipo caçamba.

De acordo com a programação da empresa, os produtos são transferidos aos cofres de cargas, que depois são fechados e lacrados. Por fim, os contêineres aguardam o momento de serem retirados da empresa e levados aos respectivos destinos.

No caso do contêiner de 20 pés no qual havia os 550 quilos de cocaína, acondicionados em 11 sacos de ráfia, algumas irregularidades foram constatadas, o que motivou o acionamento da Polícia Civil.

Conforme dados fornecidos pela própria BCS, esse contêiner foi carregado com açúcar no dia 11 de julho, sendo fechado e lacrado. Porém, em momento ainda ignorado, ele foi retirado da empresa por um caminhão não identificado. Sem agendamento prévio, ele retornou dois dias depois, no final da tarde, durante o turno de Samuel.

Um caminhão branco, de placa não anotada, trouxe o contêiner pela segunda vez. Contrariando todas as normas de procedimento, o conferente deu ordem por rádio para que o operador de empilhadeira retirasse a caixa metálica do veículo e a depositasse no pátio.

Questionado sobre o porquê de ter recebido um contêiner sem agendamento prévio e já carregado, o acusado disse informalmente que o caminhoneiro, cujo nome alegou desconhecer, lhe exibiu um agendamento no próprio celular. O conferente também alegou não se lembrar direito do episódio pois “não estava com a cabeça boa”.

Para o delegado, a ação do acusado foi determinante para viabilizar que o contêiner com a droga fosse descarregado na empresa, porque ele não agiu em conformidade com a sua função de conferente.

Mais do que isso, acrescentou Guerra, ficou evidente que o autuado tinha informação privilegiada sobre o conteúdo do contêiner no momento do seu reingresso ao pátio, razão pela qual não seguiu os procedimentos de conferência.

Sacos diferentes

A checagem por parte dos investigadores do conteúdo ilícito do contêiner foi testemunhada por representantes da empresa. Logo após a abertura da caixa metálica foi possível verificar que a pilha de sacos mais próxima da porta estava desalinhada.

Além disso, um forte odor semelhante do de cocaína chamou a atenção dos investigadores, que começaram a retirar os sacos de açúcar. Depois da remoção de duas fileiras, surgiram 11 sacas de ráfia com coloração diversas das demais e sem o logotipo da empresa. Nelas estavam os 550 quilos de cocaína. (EF)


Foto: Divulgação/Governo de SP
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