Novo laudo descarta esquizofrenia e MP quer levar "Maníaco da Peruca" a júri popular
Por #Santaportal em 06/02/2020 às 20:58
SANTOS – Um novo documento emitido pelo Ministério Público garante que o dentista Flávio do Nascimento Graça, de 39 anos, mais conhecido como o ?Maníaco da Peruca?, não apresenta problemas psiquiátricos. Flávio é acusado de matar três pessoas que trabalhavam em uma clínica dentária em Santos.
Segundo o perito indicado pelo MP para fazer o novo laudo, o réu não tem nenhum transtorno mental, inclusive esquizofrenia. Além disso, o especialista afirma no documento que o acusado é inteiramente capaz de entender as suas ações.
Esse laudo contraria o documento assinado por dois peritos judiciais, contratados pela defesa de Flávio, e que foi apresentado em dezembro do ano passado. O documento foi anexado ao processo.
O laudo solicitado pelo Ministério Público também será anexado ao caso. Com esse novo documento em mãos, a promotoria pede que o “Maníaco da Peruca” seja submetido a júri popular.
No entanto, a decisão sobre levar o processo ao tribunal do júri será tomada pelo juiz responsável pelo caso, que pode decidir ou não por esse tipo de encaminhamento.
Entenda o caso
O primeiro ataque aos donos da clínica aconteceu em 23 de dezembro de 2014, na unidade do Gonzaga. Um dos proprietários Agilson Correa de Carvalho, de 54 anos, foi atingido por dois tiros, e morreu três dias depois. Já em 15 de julho de 2015, Aldacy Corrê de Carvalho, de 55 anos, morreu após ser atingida com um tiro nas costas, quando saia de uma agência bancária na Rua João Pessoa, no Centro.
No mesmo dia, Arnaldo Correa de Carvalho foi atingido no rosto, e um sobrinho foi baleado por tiros de raspão na Rua João Pessoa. Arnaldo morreu após ficar quatro dias internado. No dia 23 de setembro de 2015, uma funcionária da empresa foi baleada com cinco tiros pelo mesmo homem. Ela deixava a bicicleta na Rua Marcílio Dias, no Gonzaga, próximo à clínica. Ela resistiu aos ferimentos.
A Secretaria da Segurança Pública chegou a oferecer recompensa de R$ 50 mil por informação que levasse à sua captura. O motivo do crime foi vingança, pois o acusado não aceitava a concorrência de outro consultório odontológico na mesma rua. Segundo a investigação, a concorrência o levou à falência.