Mulher é presa por matar o vizinho com facada no peito em Guarujá
Por Santa Portal em 24/01/2022 às 15:10
Vera Lucia de Jesus Andrioli, de 38 anos, foi presa em flagrante sob acusação de matar com uma facada no peito um vizinho, às 20h45 de sábado (22), em Guarujá. Felipe Dourado de Simone, de 33 anos, chegou a ser levado à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Enseada, mas não resistiu. Ele deixa mulher e uma filha, de 8 anos.
O delegado Caio Azevedo de Menezes, da Delegacia de Guarujá, autuou Vera Lúcia por homicídio simples. A autoridade policial deliberou no auto de prisão em flagrante delito que a acusada agiu de modo “desproporcional” ao golpear o vizinho com uma facada, no momento em que ele e o marido dela estavam em luta corporal.
O assassinato aconteceu em um terreno onde há um restaurante e um condomínio de casas no final da Rua Gilberto Glasser, no alto do Morro do Tortuga. A lavagem de um jet ski de Felipe em uma área comum do local teria sido a causa de um desentendimento entre ele e o marido de Vera de Lúcia, que foi relacionado no caso como testemunha.
A acusada permaneceu em sua casa até a chegada de policiais militares. Ela admitiu a autoria da facada em Felipe, sob a justificativa de que a sua conduta foi em defesa própria e do marido. O companheiro da acusada disse que possuía desavença comercial com o vizinho referente à moto aquática e que ele lhe devia dinheiro, sem especificar valores.
A mulher de Felipe também foi ouvida como testemunha e confirmou o desacordo comercial entre ele e o vizinho. Porém, ressaltou que Vera Lúcia e o marido cobravam valores indevidos e os ameaçavam de morte há alguns meses, dando a entender de que a confusão decorrente da lavagem do jet ski foi um pretexto para cumprir as ameaças.
A viúva, inclusive, acusou o vizinho de segurar Felipe para que Vera Lúcia pudesse esfaqueá-lo com força na altura do coração. Após ser atingida, a vítima ainda tentou reagir, mas logo perdeu os sentidos e foi encaminhada à UPA, onde faleceu. O sepultamento está marcado para esta segunda-feira (24), no Cemitério da Vila Júlia.
Em depoimento na delegacia, o dono do terreno contou que Vera Lúcia tentou agredi-lo com a faca porque ele interveio para apaziguar os ânimos. Segundo o proprietário da área, a indiciada e o marido já haviam ameaçado a vítima por diversas vezes por causa do negócio da moto aquática e, na ocasião do crime, prometeram atear fogo no veículo.
Classificação jurídica
Punível com reclusão de seis a 20 anos, o homicídio simples é um crime doloso contra a vida. Por isso, a competência para julgá-lo, conforme previsão da Constituição Federal, é do Tribunal do Júri, por meio de sete juízes leigos (jurados) sorteados. O Ministério Público não está vinculado à capitulação jurídica dada pelo delegado e pode alterá-la.
Informações preliminares prestadas pelas testemunhas na delegacia dão conta de que o crime foi cometido por suposto motivo fútil e que Vera e o marido já haviam ameaçado a vítima de morte. Esta hipótese, sem prejuízo de eventuais outras, qualificaria o homicídio, tornando-o crime hediondo e com pena de 12 a 30 anos de reclusão. (EF)