Assassinos de mulher encontrada concretada trabalharam por dias após o crime
Por Santa Portal em 06/10/2021 às 16:48
Após o corpo da jovem Joice Maria da Glória Rodrigues, de 25 anos, ser encontrado concretado a uma parede em uma obra em São Vicente, a polícia prendeu dois homens, um pedreiro de 56 anos e um servente de 35. As investigações ainda estão em andamento, mas policiais da 3ª Delegacia de Investigações sobre Homicídios da DEIC do Deinter-6, em Santos, descobriram detalhes sobre o crime.
A polícia apurou que a jovem esteve em uma obra na Rua Senador Lúcio Bittencourt, no bairro Esplanada dos Barreiros, onde teria encontrado o pedreiro de 56 anos. Ao ser questionado pelos policiais, o homem disse que estava com a vítima até as 21h15 do dia do desaparecimento, e que teve relações sexuais com ela, além de terem usado drogas. Depois disso, ele disse que ela saiu do local.
Por desconfiarem que algo além tivesse acontecido, os investigadores vistoriaram a obra. Foram encontrados pinos plásticos vazios, comumente usados para acondicionar cocaína, além de uma sacola com calcinhas na parte superior da edificação em construção. Os objetos foram apreendidos.
Também falaram com o responsável pela obra, que informou que a vítima sempre comparecia ao local para falar com o pedreiro, mas que não sabia de seu paradeiro. Ele disse que não havia partes recém concretadas ou frescas na obra, entretanto, pensando sobre a possibilidade levantada pelos policiais, notou que no banheiro do piso térreo, embaixo da escada, havia sido fechado o vão da escada, com acabamento mal feito, e por isso ali golpeou uma vez e logo sentiu o forte odor de putrefação.
Requintes de crueldade
Os policiais civis foram ao local e derrubaram parte da parede, encontrando o corpo, que foi retirado da edificação em que era ocultado com auxílio do Corpo de Bombeiros. O cadáver estava nu, com uma camiseta preta enrolada no pescoço.
Após a localização do corpo, os policiais foram até a residência do pedreiro e o prendeu em flagrante pelo crime de ocultação de cadáver, sendo que ele confessou ter matado a vítima estrangulada com uma camiseta depois de ter mantido relações sexuais com ela, sendo também proferida voz de prisão por esse crime.
O homem também informou a participação de um segundo indivíduo, de 35 anos, que também foi preso.
Ambos estão em prisão preventiva por prazo indeterminado na Cadeia de São Vicente.
Motivação do crime
Durante a apuração, os investigadores descobriram que depois da relação sexual com o pedreiro, a vítima e o servente brigaram. Ainda não se sabe o motivo do conflito ou se os dois tiveram relações sexuais.
“Quando o pedreiro percebeu, o servente já estava estrangulando a jovem com uma camiseta preta. Os dois participaram do homicídio. Aguardamos resultados de alguns exames para o esclarecimento total”, disse o delegado Dr. Thiago Nemi Bonametti.
Há possibilidade da vítima ter sido estuprada. O resultado depende de laudos ou de provas concretas. O exame é feito pelo médico legista, mas pela condição do corpo, o delegado adianta que será difícil chegar a uma conclusão.
De acordo com Bonametti, o segundo autuado pareceu frio com a situação, não demonstrou preocupação e negou o envolvimento. O primeiro era conhecido do bairro e mantinha um relacionamento íntimo esporádico.
Os dois continuaram trabalhando normalmente por dias após o crime.
Ocultação do corpo
A jovem estava desaparecida desde o dia 27 de setembro, quando saiu para visitar o avô, e sua família não teve mais notícias. Ao se aproximar da resolução do crime, os dois acusados decidiram ocultar o corpo.
De acordo com o delegado, o pedreiro costumava dormir na obra para evitar furtos, o que explica o fato da vítima ter aparecido no local por volta das 20h. “Ele não negou que esteve lá, apenas mentiu na parte que havia ido embora. Ele tinha uma casa perto da residência da jovem, era conhecido da família, então os policiais foram até lá e o capturaram. Em interrogatório, confessou que teve ajuda de um servente, que também foi preso”, disse.
A sacola com calcinhas encontrada no local seria do pedreiro. As investigações apontam que ele usava durante as relações sexuais com a vítima.