'Malvadão' confessa sequestro de soldado da PM e diz que ele foi para o 'debate' do PCC em Guarujá

Por Santa Portal em 19/04/2024 às 13:10

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Um rapaz acusado de participação no sequestro do soldado Luca Romano Angerami, do 3º BPM/M (Zona Sul de São Paulo), foi preso em flagrante por policiais da Força Tática do 21º BPM/I, por volta das 22 horas de quinta-feira (18), em Guarujá. Moradora em Santos, a vítima está desaparecida desde a madrugada do último do domingo (14).

Conhecido por ‘Malvadão’, Carlos Vinícius Santos da Silva disse que a vítima, de 21 anos, se dirigiu até uma “biqueira” do bairro Santo Antônio para compras drogas e teve a sua condição de policial militar descoberta, sendo desarmada e submetida a um “debate” – tribunal do crime do Primeiro Comando da Capital (PCC).

O Toyota Corolla prata do soldado Luca foi encontrado na manhã do último domingo (14). Com a chave sobre a tampa do porta-malas, o carro estava abandonado às margens da Rodovia Cônego Domênico Rangoni, em Guarujá, próximo ao Santo Antônio. A polícia apurou que a vítima, pela madrugada, esteve em uma adega no mesmo bairro.

Durante a nova fase da Operação Escudo, desencadeada para localizar Luca e esclarecer o que aconteceu com ele, a equipe da Força Tática do 21º BPM/I recebeu informação de que Malvadão estaria envolvido no sumiço do soldado e residiria no beco do “Piu” – uma das travessas da Rua das Acácias, no próprio Santo Antônio.

Na denúncia enviada aos PMs havia uma foto do suspeito postada nas redes sociais, o que facilitou a sua identificação. Com a descoberta da casa de Malvadão, os policiais se dirigiram até o endereço e, conforme informaram, ele foi convidado a sair do imóvel, negando, inicialmente, qualquer envolvimento no desaparecimento do soldado Luca.

Malvadão alegou que estava em sua moradia quando câmeras de segurança flagraram Luca caminhando pelas imediações desse endereço, após ele ter saído da adega. No entanto, após os PMs exibirem o vídeo ao suspeito, ele confessou que estava na biqueira da Alameda das Magnólias e o soldado ali compareceu para comprar drogas e foi embora.

Porém, momentos depois, Luca teria retornado, sob a escolta de um criminoso, que descobriu a sua condição de policial militar. Tal fato foi revelado a dois traficantes da biqueira, que, por telefone, comunicaram a situação a dois comparsas, seus superiores hierárquicos na facção criminosa.

Malvadão revelou os nomes e/ou apelidos desses comparsas à equipe da Força Tática. Ele disse que os líderes do PCC, ao serem consultados, determinaram que o soldado fosse levado ao Morro da Vila Baiana. O marginal capturado não informou o que aconteceu a partir daí. Porém, informou que a vítima foi transportada em um carro preto.

De acordo com Malvadão, a princípio, os traficantes apenas tomaram a pistola do soldado, a devolveram após a retirada das munições e ordenaram que ele fosse embora. No entanto, ainda segundo o marginal, Luca teria permanecido, porque pedia a devolução dos cartuchos, sendo “guindado e arrastado” para o beco.

Flagrante

Autorizados por Malvadão e pelo padrasto do acusado, os PMs revistaram a casa do investigado em busca de provas. Debaixo da cama havia um celular, uma munição intacta de calibre 357 e roupas que o acusado vestia no momento do sequestro do soldado. Na sala foi apreendido outro telefone.

Segundo os policiais, o aparelho da sala foi desbloqueado espontaneamente por Malvadão, sendo nele encontradas conversas que comprovariam a sua participação no, até então, sequestro do soldado. Conduzido à Delegacia de Guarujá, Carlos Vinícius Santos da Silva foi autuado em flagrante pelo delegado Josias Teixeira de Souza.

Por cautela, o delegado determinou que Malvadão fosse levado à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Rodoviária, onde o médico de plantão não constatou quaisquer lesões. Souza enquadrou o acusado nos crimes de sequestro e posse ilegal de munição de uso restrito. As investigações prosseguem para localizar o soldado. (EF)

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