Mãe e bebê sofrem sequelas irreversíveis após parto no Complexo Hospitalar dos Estivadores

Por Santa Portal em 26/11/2023 às 08:00

Foto: Marcelo  Martins/PMS
Foto: Marcelo Martins/PMS

Uma parturiente de 26 anos e a sua filha recém-nascida sofreram graves sequelas durante cesariana realizada no Complexo Hospitalar dos Estivadores (CHE), na Avenida Conselheiro Nébias, 401, na Encruzilhada. Para a mulher, houve erro médico, porque a equipe da unidade insistiu, durante dois dias, em realizar parto normal, impondo-lhe sofrimento, até mudar de ideia.

Ela comunicou o caso no 4º DP de Santos no último dia 17, sendo elaborado boletim de ocorrência de “lesão corporal”. De acordo com o relato da artesã Denyse Alves Gouveia Ribeiro à Polícia Civil, ela estava grávida do seu segundo filho e realizou o pré-natal na Policlínica da Caneleira, sem o registro de qualquer anormalidade.

Ao completar os nove meses de gestação, como não apresentava dilatação, foi orientada a comparecer ao CHE para dar à luz, provavelmente, por cesariana, porque o seu primeiro filho nasceu com esse tipo de parto. A jovem deu entrada no Hospital dos Estivadores no dia 4 de maio. Porém, o nascimento de Helena Vitória só ocorreu dois dias depois.

Denyse disse que os médicos forçaram um parto normal, mas o tempo foi passando e o seu quadro clínico não era favorável a isso. Apenas quando ela não “aguentava mais” e pedia “desesperadamente” para fazer cesariana, ainda conforme a artesã, é que a equipe do hospital decidiu submetê-la a um parto à vácuo. A gestante declarou que ela nem sabia da existência desse procedimento, no qual foi “sugada” por três vezes.

Denyse afirmou no distrito policial que o seu útero se rompeu, ficando também comprometidos os ovários e as trompas. Só então é que teria sido realizado o parto por cesariana, nascendo a sua filha com parada cardiorrespiratória, o que exigiu manobras de reanimação por 14 minutos para salvá-la. Devido à falta de oxigenação no cérebro, a criança foi diagnosticada com encefalopatia hipóxico-isquêmica e viverá em “estado vegetativo”, segundo a mãe informou no distrito policial.

O Santa Portal entrou em contato com Denyse, mas ela preferiu, por ora, não se manifestar. O Instituto Social Hospital Alemão Oswaldo Cruz, que administra o Complexo Hospitalar dos Estivadores, também foi procurado pela Reportagem. Por meio de nota, ele lamentou o ocorrido e informou que a equipe técnica multiprofissional do CHE presta à paciente e seus familiares “suporte e acolhimento diante do caso em questão, incluindo todas as informações e esclarecimentos solicitados e necessários”.

O comunicado da instituição acrescentou que o CHE, “desde o início dos períodos de indução e de trabalho de parto da paciente, empreendeu todos os esforços, baseados nas melhores práticas, no cuidado humanizado e em protocolos assistenciais e de segurança da paciente para o melhor desfecho para mãe e bebê”.

A unidade possui um total de 151 leitos, cinco salas de parto, pré-parto e pós-parto, duas salas de cirurgia obstétrica e dez leitos de Unidade de Terapia Intensiva para adultos. (EF)

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