Laudo do IC aponta que arma de policial pode ter sido usada no assassinato de ex-mulher
Por #Santaportal em 20/05/2020 às 18:07
GUARUJÁ – A arma do soldado da Polícia Militar, Edgar de Oliveira Fonseca, de 33 anos, pode ter sido usada no crime, segundo apontou laudo do Instituto de Criminalística (IC). O PM é acusado de ter matado a sua ex-esposa Débora Raquel Silva, de 28 anos, no dia 11 de maio, em Guarujá.
Dez projéteis apresentados tinham o mesmo número de lote e fabricação das cápsulas encontradas pelos peritos no local do crime. Já as outras cinco balas apresentavam um lote diferente em relação aos demais, o que aponta a possibilidade de o policial ter tentado ludibriar o trabalho da perícia.
O trabalho da perícia ressalta ainda que os peritos encontraram vestígios de disparos recentes feitos pela arma.
O laudo do IC destaca que o revólver pode ter sido utilizado no crime, porém o resultado positivo não é conclusivo. No entanto, esse dado reforça a possibilidade de o agente ter sido o autor do crime.
O resultado do laudo foi encaminhado na última segunda-feira (18) para o delegado Thiago Nemi Bonametti, responsável pelo caso. A investigação ainda aguarda o resultado do exame de balística.
O policial teve a sua prisão preventiva decretada na última quinta-feira (14). Edgar deve permanecer preso por tempo indeterminado, até que o trabalho de investigação seja concluído.
Entenda o caso
O policial militar Edgar de Oliveira Fonseca, de 33 anos, é acusado de matar a ex-mulher Débora Raquel Silva, de 28, no bairro Paecará, em Vicente de Carvalho, em Guarujá. Foram encontradas marcas de perfuração de, a princípio, dois disparos, segundo a polícia. Iago Matheus Fortes de Andrade, de 24 anos e atual namorado da vítima, também foi atingido, mas sobreviveu.
Segundo Iago disse à polícia, Débora já tinha relatado que o ex-companheiro era policial, não aceitava o fim da relação e o ameaçava. Ele conta que Edgar chegou de moto com um capacete preto, sem queixeira e viseira transparente levantada, sacando uma pistola, enquanto Débora gritava assustada “É o Edgar, É o Edgar”, “Para, Edgar, Para, Edgar”.
Quando começaram os tiros, Iago correu. Disse ter ouvido um tiro que foi em sua direção e “outros quatro ou cinco”. Ao ser apresentada a fotografia do acusado, reconheceu Edgar como sendo o autor.
Também à polícia, Sandra Pires Fortes, mãe de Iago, disse que estava em casa, ouviu os gritos de Débora por socorro e foi até o lado de fora. Não viu o filho, mas apenas o autor, depois reconhecido pessoalmente por ela. O corpo da vítima estava mais à frente. Sandra também disse ter encontrado um estojo de munição e o recolheu. Outros dois foram achados. E eram de calibre .40, padrão policial.
Em depoimento à polícia, Edgar contou que é policial militar em Santos e alegou que estava de serviço até 22 horas, que saiu cinco minutos depois e foi para sua casa em Guarujá, chegando por volta de, no máximo, 22h40. Disse que desconhecia o ocorrido, que sequer sabia que ela namorava e que não conhecia o rapaz. Os policiais estiveram na casa dele à 0h27 de hoje. Além da possível arma do crime, foram encontrados no local a moto e quatro capacetes, sendo que um deles foi reconhecido por Iago como o que estaria sendo usado por Edgar.
No mesmo depoimento, Edgar, que tem dois filhos – um menino de 6 anos e uma menina de 8 – com Débora, alega também que não estavam brigando nem tiveram relacionamento conturbado da parte dele. Segundo o policial, era Débora quem o perturbava, pois quem terminou a relação foi ele.
Amigos ligados ao casal, que não quiseram se identificar, disseram ao #Santaportal que não foi a primeira vez que tinham se separado por ciúmes. Porém, ele nunca demonstrou qualquer indício de que cometeria algo assim.
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