Jovem apontada como pivô no caso do trisal tira selfie em frente ao Fórum

Por Noelle Neves em 12/08/2021 às 16:27

Reprodução/Facebook
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A jovem de 23 anos, apontada como pivô no caso do trisal, tirou uma selfie em frente ao Fórum de Santos, antes do julgamento do acusado pelo crime, ocorrido na última quarta-feira (11). Isso foi o que disse a mãe da vítima, Creusa da Silva Botelho, em entrevista ao Santa Portal.

Antes do início do júri popular, amigos e familiares de Bruno Botelho Vieira, de 23 anos, assassinado por Luiz Felipe de Oliveira Galdino, de 26 anos, em novembro de 2019, se reuniram para pedir por justiça. Segundo Creusa, quando a mulher chegou ao local, foi hostilizada e tirou fotos na chegada. “É muito dissimulada. Fria. Tem o sangue do meu filho nas mãos. As conversas de Whatsapp que reuni mostram que ela foi responsável pelo encontro, mesmo sabendo que Luiz Felipe tinha dinheiro”, explicou.

Como ambas eram testemunhas de acusação, a mãe e a jovem ficaram na mesma sala, enquanto aguardavam ser chamadas. “Chorei o tempo todo. Ela tentou me consolar e eu pedi para que ficasse longe. Ela e a família riram o tempo inteiro, brincaram e me incomodou muito. Foram frios demais. Tive que aguentar umas seis horas disso”, relatou.

Depois do crime, Creusa conta que a jovem passou certo tempo desaparecida e nunca quis recebe-la. No entanto, um dia, quando durante um piquenique com o neto, acabou encontrando-a junto com um grupo de dança e pediu para que conversassem.

“Eu perguntei se ela se sentia culpada e ela disse que não, em momento algum. Apesar de estar ciente o tempo inteiro das ameaças feitas pelo acusado, reforçou que amava meu filho. Ela justificou dizendo que não acreditava que fosse real e que na noite do crime, pediu o dinheiro emprestado à mando do Luiz Felipe. Ela sabia que ele tinha dinheiro, mas fez sem questionar”, relatou.

No julgamento, a mãe esperava que a mulher acusada de ser pivô fosse indiciada por conta das provas entregues. “Luiz Felipe esperava por ela e ela estava ciente. Deixou os dois sozinhos e subiu para o apartamento, enquanto meu filho ficou sozinho”, desabafou.

A sessão do júri popular durou 11h30 e terminou com a pena de 16 anos de reclusão em regime fechado. Uma das qualificadoras do homicídio é a do motivo torpe, porque o réu não aceitaria o fim do relacionamento com a jovem. O emprego de recurso que impossibilitou a defesa da vítima é a outra, pois teria agido de surpresa e de maneira dissimulada para golpear.

Em análise, o assistente da acusação, Armando de Matos Júnior, acredita que pelas circunstâncias, a pena foi suficiente. “O júri foi complicado, pois a defesa negou a autoria e criou algumas teses infundadas. Houve debates intensos, com intervenções, mas no fim, conseguimos demonstrar a verdade. Por ser réu primário, ainda conseguimos uma pena boa. A mínima é 12 e a máxima, 30. O juiz começou com 18 e reduziu dois anos, com a confissão da facada”, explicou.

De acordo com Matos Júnior, Luiz Felipe saiu do Fórum preso e deve ir aguardar vaga para uma penitenciária do Estado de São Paulo ou no 5º DP de Santos ou no CDP de São Vicente.

Relembre o caso


Bruno Botelho Vieira foi assassinado em julho de 2019, no bairro Castelo, em Santos. O acusado teria esfaqueado o auxiliar administrativo três vezes no abdômen por não se conformar com o término do triangulo amorosa, visto que a namorada havia terminado para ficar apenas com a vítima.

A Polícia Militar apreendeu a faca e uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) encaminhou o rapaz para a Santa Casa de Santos, mas não resistiu.

Luiz Felipe confessou o crime para os policiais presentes no local e foi autuado em flagrante, encaminhado para a Cadeia Pública.

A apuração mostra que Bruno encontrou a mulher, após receber uma mensagem pedindo para se encontrarem. Assim foi surpreendido pelo acusado.

Na época, o caso foi registrado na época como homicídio simples na Central de Polícia Judiciária (CPJ) de Santos. Em novembro do ano passado, quando o juiz determinou o júri popular, argumentou que há indícios suficientes que apontam que Galdino, que segue preso, foi o autor do crime.

Um conselho de sentença formado por uma apertada maioria feminina (quatro mulheres e três homens) condenou no início da madrugada desta quinta-feira (12), no Fórum de Santos, Luiz Felipe de Oliveira Galdino, de 26 anos, pelo assassinato a facadas de um parceiro de triângulo amoroso. A pena imposta foi de 16 anos de reclusão, em regime inicial fechado, sendo negado ao réu recurso em liberdade.

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