11/08/2021

Homem que matou companheiro em trisal vai à júri popular nesta quarta-feira; família pede justiça

Por Noelle Neves em 11/08/2021 às 10:50

Arquivo Pessoal
Arquivo Pessoal

O operador de telemarketing Luiz Felipe de Oliveira Galdino, de 25 anos, acusado de esfaquear o auxiliar administrativo Bruno Botelho Vieira, de 23 anos, por ciúmes –  ambos se relacionavam com a mesma mulher, vai à júri popular nesta quarta-feira (11). A decisão foi tomada pelo juiz Alexandre Betini, da Vara do Júri e Execuções do Foro de Santos, em novembro de 2020.

A partir das 13h, no Fórum de Santos, ocorrerá a sessão híbrida do julgamento do homicídio qualificado. Testemunhas irão depor remotamente, enquanto advogados, juiz, promotor, júri e réu estarão presencialmente no local. O caso marca a volta do júri, exatamente no Dia do Advogado.

De acordo com o assistente da acusação, Armando de Matos Júnior, a luta é para que o réu pegue a pena máxima de 30 anos. “É o que a família e a sociedade pleiteiam, visto que se trata de um homicídio premeditado e qualificado. Queremos oferecer conforto para as pessoas que amavam o Bruno”, disse em entrevista ao Santa Portal.

A mãe da vítima, Creusa da Silva Botelho, está esperançosa de que a justiça será feita. “Antes estava como homicídio privilegiado. Consegui provas com últimas conversas de Whatsapp, o promotor pediu para reabrir o caso e agora, estamos mais perto de conseguir uma pena adequada. Foram feitas audiências de instrução, mas ele prevaleceu do direito de ficar calado. Esperamos que diga algo e que coloque na cena do crime, como co-autora, a mulher que chamou meu filho para o encontro”, relatou.

Creusa atuará como testemunha e está apreensiva de ficar frente a frente com o acusado. “Nesses dois anos, tenho vivido para isso. Faço carreatas, manifestações e pedindo justiça. Confio muito. Não tenho mais meu filho de volta, mas quero uma pena maior para que possa seguir com a minha vida”, disse.

A partir das 11h, familiares e amigos se reunirão em frente ao fórum antes da sessão.

O advogado Armando de Matos Júnior é assistente da acusação no caso. Foto: Arquivo Pessoal

Relembre o caso

Bruno Botelho Vieira foi assassinado em julho de 2019, no bairro Castelo, em Santos. O acusado teria esfaqueado o auxiliar administrativo três vezes no abdômen por não se conformar com o término do triangulo amorosa, visto que a namorada havia terminado para ficar apenas com a vítima.

A Polícia Militar apreendeu a faca e uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) encaminhou o rapaz para a Santa Casa de Santos, mas não resistiu.

Luiz Felipe confessou o crime para os policiais presentes no local e foi autuado em flagrante, encaminhado para a Cadeia Pública.

A apuração mostra que Bruno encontrou a mulher, após receber uma mensagem pedindo para se encontrarem. Assim foi surpreendido pelo acusado.

Na época, o caso foi registrado na época como homicídio simples na Central de Polícia Judiciária (CPJ) de Santos. Em novembro do ano passado, quando o juiz determinou o júri popular, argumentou que há indícios suficientes que apontam que Galdino, que segue preso, foi o autor do crime.

 “As provas constantes dos autos apontam indícios de sua ocorrência. O motivo torpe corresponde à discordância, por parte do réu, do término de seu relacionamento com a namorada e da manutenção do relacionamento dela apenas com a vítima. Também o emprego de recurso que impossibilitou a defesa da vítima coaduna-se com as provas colhidas, porque elas indicam que o réu teria agido de surpresa e de maneira dissimulada”, falou na ocasião em que decidiu pelo júri popular.  

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