Homem é confundido com estelionatário e recebe ameaças pelas redes sociais
Por #Santaportal em 01/03/2020 às 14:03
SANTOS – O trabalhador autônomo Carlos Alberto Simões Júnior, de 27 anos, tem recebido ameaças na internet após ter sido confundido com um suspeito de ter aplicado golpes em estabelecimentos comerciais de Santos.
De acordo com Carlos Alberto, ele foi avisado por uma amiga que estava circulando pelo aplicativo WhatsApp uma mensagem que atribuía a ele os crimes de estelionato. Eu fiquei sabendo através de uma amiga, que me mandou mensagem dizendo que estava rolando uma notícia envolvendo o meu perfil (nas redes sociais). Uma amiga dela estava em um desses grupos que estava circulando essa notícia, quando ela viu o meu perfil e notou que essa minha amiga me seguia. Ela mandou as fotos para essa minha amiga. Recebi os prints e comecei a tomar as medidas cabíveis. Amigos meus viram também e me defenderam, disse o autônomo, em entrevista ao #Santaportal.
Após receber ameaças em suas redes sociais – a esposa dele também foi alvo de ataques -, Carlos Alberto decidiu gravar um vídeo (veja acima) no qual esclarece não ser o homem acusado de golpes em bares e restaurantes. Fiquei preocupado, pois uma notícia falsa dessas a gente nunca sabe qual proporção alcança. Recebi ameaças de perfis sem fotos, sem seguidores, não tem como saber quem é. A gente não sabe de onde vem. Não sabemos também até que ponto as pessoas podem chegar. De repente, alguém pode vir atrás de mim e cometer uma loucura. Então, fiquei preocupado e assustado, tanto por mim, quanto pela minha esposa e pela minha filha. Com essa situação, decidi gravar o vídeo mostrando as fotos comparativas, contou.
Segundo o trabalhador autônomo, ele passou a receber as ameaças na última sexta-feira (28) e, logo que isso aconteceu, já entrou em contato com o seu advogado. Orientado pelo profissional, Carlos Alberto registrou um Boletim de Ocorrência por calúnia no 7º DP de Santos.
Fiz o BO de calúnia ontem para me proteger e me prevenir. Liguei para o meu advogado, que me orientou o que eu devo fazer. As medidas cabíveis já estão sendo tomadas. As provas e os prints foram encaminhados para a polícia, que está investigando o caso, completou.

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Entenda o caso
O restaurante Capitães Gastronomia, na Ponta da Praia, em Santos, tomou prejuízo de cerca de R$ 3.300,00 de um homem de 26 anos que comeu e bebeu à vontade e queria sair sem pagar. Ele, segundo a polícia, foi reconhecido por outros três estabelecimentos da Baixada Santista, que registraram boletim de ocorrência. O caso do Capitães foi para o 7º DP.
O episódio aconteceu em 13 de fevereiro. O homem chegou por volta das 13h e ficou além da meia-noite. “Ele pediu whisky importado, champanhe, picanha importada. Ou seja, um paladar de alto nível e bebidas caras”, disse Milena da Silva Gonçalves Bento, proprietária do restaurante, que não estava no local no dia. “Se eu estivesse, certamente teria identificado”, emendou.
O homem se apresentou como jogador de futebol, dizendo ter chegado do exterior recentemente e se sentindo deslocado. “Ele citou uma série de outros jogadores que ele dizia conhecer ao garçom e começou a fazer amizade com ele. Ele até chegou a usar o telefone do garçom para contratar três garotas de programa, usando um aplicativo, e até o convidou para sentar, logo depois do fim do expediente. Esse garçom, inclusive, foi demitido no dia seguinte, pela postura inadequada e por não ter percebido algo de estranho”, relatou Milena.
As horas foram passando e, quando o relógio passava da meia-noite, o homem alegou que tinha tido sua carteira roubada, não poderia pagar a conta e ele mesmo chamava a polícia. A confusão estava estabelecida. “As garotas de programa, inclusive, achavam que ele era vítima. Depois, quando perceberam que o homem não era, queriam bater nele”, recordou a proprietária do restaurante. “A postura dele, pelo que soubemos, é sempre a mesma: ele não abre a boca em nenhum momento, chama a polícia e não carrega documentos ou celular”, acrescentou.
Apesar do registro da ocorrência, o homem ficou preso apenas naquela noite, seguiu com o golpe em outro local pouco tempo depois e o prejuízo ficou para o restaurante na Ponta da Praia. “Dois, três dias depois, por coincidência, um garçom nosso estava em um lugar no qual ele estava contando a mesma história”, afirmou Milena.

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