Desembargadora critica advogado por usar IA para inventar jurisprudências
Por Eduardo Velozo Fuccia / Vade News em 11/02/2025 às 16:00
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O suposto uso de inteligência artificial (IA) por um advogado foi criticado por uma desembargadora do Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJ-SC) em razão da citação de decisões inventadas, segundo ela destacou.
De acordo com Cinthia Beatriz da Silva Bittencourt Schaefer, da 5ª Câmara Criminal do TJ-SC, a citação de “jurisprudências inexistentes” caracteriza ato de má-fé e desrespeito ao tribunal.
A manifestação da desembargadora ocorreu ao apreciar, como relatora, habeas corpus impetrado em favor de um homem acusado de ameaça no âmbito de violência doméstica. O paciente requereu a revogação de medidas protetivas de urgência (MPUs).
A julgadora anotou que a inicial aparenta ter sido criada por inteligência artificial e, em sua decisão monocrática, advertiu o advogado pela menção de “precedentes utilizados como reforço argumentativo que foram criados para induzir o julgador a erro”.
Quanto ao mérito, a relatora afastou a alegação de “desproporcionalidade” na prorrogação das medidas protetivas por tempo indeterminado. Ela não vislumbrou constrangimento ilegal na manutenção das restrições previstas na Lei Maria da Penha.
Schaefer embasou a decisão no Tema Repetitivo 1.249, do Superior Tribunal de Justiça, segundo o qual “a duração das MPUs vincula-se à persistência da situação de risco à mulher, razão pela qual devem ser fixadas por prazo temporalmente indeterminado”.
Além disso, a desembargadora anotou que, salvo hipótese de flagrante ilegalidade, eventual risco à segurança da vítima deve ser melhor avaliado pela autoridade impetrada, por estar mais próxima dos fatos.
Por Eduardo Velozo Fuccia / Vade News