‘Duelo’ na frente de delegacia deixa policial civil morto e dois PMs feridos em Guarujá

Por Santa Portal em 28/02/2022 às 13:06

Um policial civil foi morto na frente da Delegacia de Guarujá, às 2h50 desta segunda-feira (28), após balear um cabo da Polícia Militar e ferir um sargento na tentativa de também atingi-lo com um disparo. A confusão aconteceu por causa da detenção de um rapaz pelos supostos crimes de resistência e desobediência.

Lotado em um distrito policial da Capital, o agente Eduardo Antônio Brazolin, de 64 anos, residia em Guarujá e morreu na frente da delegacia, antes que pudesse ser socorrido por alguma equipe de resgate. Ele portava uma pistola Glock calibre ponto 40. Os policiais militares passam bem.

Atingido no ombro esquerdo, o cabo Luciano Patrício Lima encontra-se hospitalizado. Ele deverá ser submetido a cirurgia para a extração do projétil. O sargento Gilmar Oliveira do Carmo contou que Brazolin também tentou alvejá-lo, mas só foi atingido na região do olho pela “zona de chamuscamento” produzida pelo disparo.

De acordo com o sargento, ele ficou “cego e surdo temporariamente”, não tendo tempo de revidar e só correndo para escapar da morte. Peritos criminais coletaram no local do confronto cartuchos deflagrados em número inferior ao de perfurações no corpo do agente policial. Brazolin teria sido atingido por disparos de pistola e de fuzil.

Responsável pelo atendimento inicial do caso, o delegado Otaviano Toshiaki Uwada observou que será instaurado inquérito, não sendo possível, no atual momento, especificar qual ou quais foram os policiais militares responsáveis pelos tiros que atingiram o agente Eduardo Brazolin.

As armas de todos os envolvidos na ocorrência foram apreendidas e serão submetidas a perícia. As imagens das câmeras acopladas nos uniformes dos policiais militares serão muito importantes para esclarecer a dinâmica dos fatos e confrontá-las com os depoimentos até o momento prestados.

Começo de tudo

O conflito teve início na Enseada, horas antes, com a detenção de um jovem de 24 anos sob a acusação de “resistência e desobediência”. Ele e um amigo, de 21 anos, filho do agente policial, estavam em um restaurante. Após a abordagem, o filho se dirigiu até a sua casa e comunicou o ocorrido para o pai.

De acordo com o filho de Brazolin, não houve justo motivo para a abordagem e a condução do amigo à delegacia. Um policial civil que estava de plantão na repartição disse que o colega da Capital entrou no local exaltado, querendo saber informações sobre o jovem detido na Enseada.

O acusado de resistência e desobediência estava no compartimento de presos de uma viatura estacionada em frente à delegacia, porque os PMs ainda aguardavam o momento de apresentar a ocorrência ao delegado. Brazolin, então, saiu da repartição e se dirigiu até a calçada, onde começou a questionar os policiais militares sobre a detenção.

A discussão ficou acalorada e dela também começou a participar o filho do agente. Os policiais militares partiram na direção dos dois para contê-los. Brazolin sacou a sua pistola e disparou no momento em que tentaram imobilizá-lo pelo pescoço com o golpe conhecido por “mata-leão”, conforme informou o policial civil de plantão na delegacia.

Segundo o filho do agente, ele chegou a ser algemado e não presenciou o exato momento dos disparos, mas ouviu seis tiros. O rapaz declarou que um dos policiais militares envolvidos na ocorrência nutre sentimento de “inveja” contra ele, o seu pai e um irmão. Pivô da confusão fatal, o acusado de resistência foi liberado por falta de prova. (EF)

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