18/07/2019

Com prisão de empresário, pai de Lucas diz que "justiça começa a ser feita" no caso Baccará

Por Ted Sartori e Rodrigo Martins/#Santaportal em 18/07/2019 às 10:12

CASO BACCARÁ – Isaías de Paula estava fora de casa por volta das 16h30 desta quarta-feira (17), quando recebeu a ligação de um primo. No telefonema, a informação de que havia sido preso um dos foragidos envolvidos na morte do filho Lucas Martins de Paula, de 21 anos, em julho do ano passado, em Santos.

Porém, a confirmação do nome para Isaías veio já à noite, às 21 horas, por intermédio do advogado Armando de Mattos Júnior: Victor Alves Karan, que era dono da casa noturna Baccará Backstage. Lucas faleceu dias depois de ter sido espancado por seguranças da balada.

O empresário de 33 anos era um dos indiciados e foi detido em um condomínio no Distrito do Rio Pequeno, na capital paulista, e levado para o 75º DP da Cidade, que fica no Parque Ipê, na Zona Oeste. Os policiais militares chegaram até Karan após uma denúncia anônima. Ainda não há previsão de quando ele será transferido para Santos.

“O sentimento (com a prisão) de que todo esforço em busca da justiça vale a pena, e que a justiça começa a ser feita. Não podemos ficar calados diante da violência e qualquer atentado contra a vida”, afirmou Isaías, em entrevista ao #Santaportal.

A confusão começou depois que o jovem questionou a consumação de uma garrafa de cerveja long neck, que custava R$ 15,00. A divergência originou uma discussão e, como a casa estava lotada, Lucas foi levado para fora do estabelecimento, carregado por seguranças pelo pescoço. Na rua, o rapaz foi espancado. Dois amigos do universitário também foram agredidos.

“Não passa um mimuto que eu não pense no meu filho”, comentou Isaías. “Queria que ele se colocasse no meu lugar, porque ele também tem filho e imaginar a violência que foi cometida contra meu filho, que não teve chance nenhuma de defesa. E viver o resto da vida com a dor da perda de um filho”, emendou o pai de Lucas, ao ser questionado o que diria para Karan caso ficasse frente a frente com o empresário.

O único acusado pelo crime que ainda está foragido da polícia é o chefe de segurança da casa noturna, Anderson Luiz Pereira Brito. Os outros dois acusados são os seguranças Thiago Ozarias e Sammy Barreto Callender, que estão presos desde agosto do ano passado.

“O que machuca demais é que ainda tem muita coisa pela frente. Não sabemos o que vai acontecer e nem sabemos se realmente vão a júri popular”, comentou Isaías. “A única certeza é que quem está condenado nisso tudo somos nós. Condenados a viver o resto de nossas vidas sem a presença de meu filho junto da família”, completou.

loading...

Este site usa cookies para personalizar conteúdo e analisar o tráfego do site. Conheça a nossa Política de Cookies.