Casal que aterrorizou shopping mora em SP e ameaçou deixar refém 'aleijada'

Por Santa Portal em 08/02/2023 às 10:05

Reprodução/Polícia Militar
Reprodução/Polícia Militar

O casal que levou pânico a funcionários e clientes do Litoral Plaza Shopping, em Praia Grande, na terça-feira (7) à noite, ao tentar assaltar a joalheria Vivara e fazer uma vendedora refém por cerca de duas horas, reside na Vila Brasilândia, na Zona Norte da Capital. Segundo essa funcionária, de 27 anos, o ladrão a segurou pelo pescoço com uma mão, enquanto com a outra empunhava um revólver, e lhe disse: “vou te deixar aleijada”.

A advertência de Felipe Gustavo Aquino de Souza, de 26 anos, foi feita para que a refém não reagisse. Ostentando em sua ficha criminal uma condenação a cinco anos e seis meses de reclusão por roubo, esse rapaz apenas se entregou após exigir a presença da imprensa no shopping e negociar com policiais militares, que cercaram o centro de compras. Ele agiu com a sua companheira, Esther Neri de Oliveira, de 27, sendo ambos presos em flagrante.

Sem antecedentes criminais, Esther preferiu ficar calada ao ser interrogada pelo delegado Marcello Costa Leme Walther, da Central de Polícia Judiciária (CPJ) de Praia Grande. Felipe, por sua vez, inocentou a mulher, dizendo que a intenção dele de assaltar a joalheria não era de conhecimento da companheira. Porém, essa versão não convenceu, porque o comportamento da acusada transpareceu total adesão à conduta do comparsa.

Ainda conforme Felipe, ele tinha plena consciência de que se tratava de uma ação perigosa, mas decidiu assumir o risco porque os resultados poderiam ser compensadores. Ele e a mulher foram levados ao shopping por um motorista de aplicativo, mas a corrida foi contratada de modo particular, porque já possuíam o WhatsApp do profissional. Por enquanto, não há prova de que o condutor do carro tivesse ciência do crime. Por esse motivo, ele foi liberado.

O motorista negou qualquer participação no assalto. Morador em Peruíbe, ele disse que passou o seu contato para o casal em outra ocasião, há cerca de um mês, quando o transportou no Litoral Sul. Na terça-feira, o casal lhe perguntou se ele poderia levá-lo de Mongaguá ao Litoral Plaza. Sem desconfiar de nada, esse investigado afirmou que fez a corrida e ficou aguardando os passageiros no estacionamento do shopping.

Porém, com a chegada de diversas viaturas policiais ao shopping e sem saber que o casal fazia uma vendedora refém, conforme alegou, o motorista foi embora. Com a informação de que Felipe e Esther eram aguardados por um homem em um Renault Logan prata, foi possível localizar e interceptar o carro transitando pela Via Expressa Sul, em Praia Grande. O carro ficou apreendido enquanto as investigações prosseguem.

Felipe confirmou a versão do motorista no sentido de que o condutor do Logan não sabia do assalto. Em relação ao roubo, o companheiro de Esther explicou que ele se passou por cliente e pediu para olhar algumas joias. Logo em seguida, ele sacou um revólver calibre 32 com a numeração raspada e anunciou o crime, exigindo a abertura do cofre. Como isso não foi possível e houve o acionamento do alarme da loja, decidiu recolher peças que estavam em gavetas.

A refém contou que o casal ficou bastante nervoso quando o alarme disparou e Felipe, ao perceber seguranças do shopping, disse “a casa caiu” para a sua mulher. A funcionária acrescentou que ficou sob a mira da arma do assaltante durante toda a negociação. Na Vivara havia uma segunda vendedora, que inicialmente foi distraída por Esther, enquanto o companheiro conversava com a outra vítima.

O casal pegou três caixas contendo 197 pingentes avaliados em R$ 61 mil, sendo as joias recuperadas e restituídas à joalheria. Segundo um policial militar que participou da ocorrência, Felipe afirmou integrar o Primeiro Comando da Capital (PCC) enquanto estava com a refém. Durante as negociações, Esther permaneceu em silêncio e utilizou o seu celular para filmar a ação dos policiais. Inicialmente, se imaginou que ela também fosse uma vítima.

A arma usada por Felipe estava carregada com seis balas. O rapaz portava uma pochete na qual havia mais 11 munições. O celular de Esther foi apreendido e será submetido a perícia. A Polícia Civil examinará imagens de câmeras de segurança do shopping e da joalheria para apurar a eventual participação de outras pessoas. As negociações para a liberação da refém foram conduzidas pelo Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate), da Polícia Militar. (EF)

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