Advogada da região denuncia racismo em festa de formatura no RJ e em rede social. Veja vídeo
Por Santa Portal em 26/03/2024 às 06:00
Uma advogada de Bertioga afirma que sofreu racismo cometido por duas mulheres durante a festa de formatura de um primo no município fluminense de Vassouras. O episódio ocorreu no último dia 11 e viralizou após uma das acusadas publicar um vídeo no X (antigo Twitter), no qual chamou a vítima de “preta favelada” e ainda ameaçou “esfolá-la na porrada”.
"PRETA FAVELADA" ? Advogada da região denuncia racismo em festa de formatura no RJ e em rede social pic.twitter.com/RC9NbVIExG
— #Santaportal (@Santaportal1) March 26, 2024
Com a repercussão do caso, a conta da ofensora na rede social foi excluída, não se sabendo ainda se por iniciativa dela própria ou por decisão da plataforma. Informada sobre a postagem no X quando já havia viajado de Vassouras para Bertioga, a advogada Letícia Dolapci, de 28 anos, conversou nesta segunda-feira (25) com o Santa Portal e disse que está adotando providências nas esferas criminal e cível.
No âmbito penal, a vítima registrou boletim de ocorrência para a apuração dos crimes de injúria racial e ameaça. A autora do vídeo se identificava na rede social excluída como Lyvia Monteiro. A partir dela, a advogada espera que a Polícia Civil identifique a outra acusada, possibilitando o ajuizamento de ação cível de indenização por dano moral contra ambas. A mulher ainda desconhecida seria parente de Lyvia.
Durante a formatura, sem qualquer motivo, Lyvia se aproximou de Letícia e jogou nela o conteúdo de um copo de bebida alcoólica. “Não a conheço. Estava a uma mesa próximo à pista de dança com familiares e colegas do meu primo, quando ocorreu isso e ainda não sei o porquê”, detalha a advogada. Sem que pedisse desculpa, a acusada se afastou e “seguiu a vida”, conforme acrescenta a vítima.
O primo de Letícia se formou em Engenharia Química, enquanto Lyvia é formanda do curso de Engenharia Civil, segundo descobriu a advogada. A outra acusada de racismo era convidada e, no final da festa, se aproximou da vítima para chamá-la de “neguinha” e lhe dizer que não deveria tumultuar o evento, referindo-se ao fato de Letícia ter acionado seguranças quando teve a bebida jogada em seu corpo por Lyvia.
A advogada relata que várias pessoas testemunharam a abordagem feita pela suposta parente de Lyvia e se indignaram. “Diziam que era racismo e a segurança tratou de retirá-la do salão”. Depois de sair da festa e viajar de volta para casa, Letícia conta que os seus dissabores continuaram, de forma ainda mais intensa, com o vídeo da formanda. Várias pessoas reagiram à publicação, criticando a acusada no extinto perfil dela no X. (EF)
