26/10/2023

Adolescente relata estupro de padrasto em carta escrita à mão

Por Santa Portal em 26/10/2023 às 16:04

Reprodução
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Uma adolescente de 16 anos escreveu uma carta onde relata ter sido abusada pelo padrasto, um policial militar reformado, de 51 anos, desde os 13 anos, em Praia Grande. O caso foi registrado na Delegacia da Mulher (DDM), de Praia Grande.

No momento, segue investigado pela equipe da delegada Lyvya Bonella.

Na carta, a jovem relata que os abusos começaram em 2021. Ela relata que não conseguia falar sobre o assunto quando foi ao escritório dos advogados, pois era muito doloroso relembrar o que aconteceu. Por isso, a garota resolveu escrever.

“É muito difícil e doloroso ficar relembrando o que ocorreu comigo. Por isso prefiro escrever para falar sobre a minha história e gostaria de ter a oportunidade de relatar isso ao juiz, porque o que aconteceu comigo, até hoje, eu sinto medo, pois sofri muito”, escreveu a vítima.

Os advogados da menina relataram ao Santa Portal que possuem um áudio que contém a confissão do agressor. Além disso, têm provas de agressões psicológicas e ameaças por parte do acusado.

“Nós colhemos todas as provas que foram apresentadas pela vítima, pela mãe da vítima, então nós temos áudio do agressor confessando, temos uma carta escrita de próprio punho pela vítima, contando tudo que aconteceu, desde o princípio até os dias atuais, isso teve o início em 2013 e foi até o final do ano passado, a parte sexual, depois teve uma continuidade, as agressões psicológicas, digamos assim, ameaças e tudo mais, inclusive ameaças de morte”, diz o advogado Octavio Rolim.

O Santa Portal tentou fazer contato com o advogado de defesa, mas até o fechamento desta reportagem não obteve respostas.

A carta

Ao longo das seis páginas, a adolescente conta com detalhes tudo que sofreu durante os últimos três anos. A jovem contou que as primeiras investidas do padrasto aconteceram entre junho e julho de 2021.

O acusado teria mostrado vídeos pornográficos para a menina, na época, com 13 anos. Os vídeos em sua maioria eram de padrastos com enteadas e madrastas com enteados.

“Entre junho e julho de 2021, quando estava no apartamento onde ele e minha mãe moravam, ele me mostrou vídeos pornográficos. Nunca tinha visto aquilo, fiquei assustada, mas ele disse que por eu já estar crescendo e me tornando mulher, e por minha mãe trabalhar muito, ela não teria tempo de me explicar essas coisas e que eu já estava na idade de saber”, conta a adolescente na carta.

Na carta, ela disse que em agosto de 2021 aconteceu o primeiro abuso físico do padrasto. Segundo o relato da adolescente, o acusado teria trazido seu sobrinho e pedido para a jovem mostrar para ele o prédio. Em um momento em que ela e o sobrinho do padrasto ficaram sozinhos, o menino beijou a garota.Ao retornar para o apartamento, o padrasto fez uma série de perguntas sobre o beijo.

Conforme descrito na carta, naquele mesmo dia, o acusado e a vítima voltavam de um passeio em Peruíbe, quando o homem parou o carro para urinar na rua. A adolescente conta que neste momento, ele a puxou pelo braço e colocou a mão dela na genitália dele enquanto tentava beijá-la.

“Na volta, já era bem tarde e não tinha ninguém. Lembro que alguns locais não tinham asfalto e era bem distante. Se eu estivesse sozinha não saberia voltar para casa. Nesse caminho ele falou que ia parar para fazer xixi porque depois ia pegar a pista e não teria onde parar. Fui andando, sentido a areia e ele veio atrás e começou a urinar na minha frente. Logo ele me puxou pelo braço e colocou a mão nas minhas partes íntimas e tentou me beijar à força e passar as partes íntimas dele em mim. O filho dele saiu do carro atrás da gente e quase viu”.

Ao voltar para o carro, a jovem não comentou nada porque sabia que o padrasto guardava a arma embaixo do banco do motorista. Assim que chegou em casa, a menina escreveu que só chorava escondida e que não sabia o motivo daquilo estar acontecendo.

Em 2022, a adolescente relata na carta que os abusos começaram a ser mais frequentes, chegando ao ponto de sempre que ficavam sozinhos em casa, o padrasto a levava para o quarto e abusava da menina sem preservativo.

“Ele aproveitava que não tinha ninguém em casa e me puxava para o quarto dele. Aconteceu várias vezes, todas sem o uso de preservativo. Sempre doía muito”, contou a adolescente.

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