Acusado de matar cunhado inocenta ex-mulher e amante em reconstituição

Por Santa Portal em 26/09/2024 às 05:00

Reprodução/Santa Cecília TV
Reprodução/Santa Cecília TV

A reconstituição do assassinato do comerciante Igor Peretto, de 27 anos, irmão do vereador vicentino Tiago Peretto, foi realizada na tarde de sexta-feira (25) com a presença de dois investigados pelo crime: Mário Vitorino da Silva Neto, de 23, autor confesso das facadas na vítima, e Marcelly Marlene Delfino Peretto, de 21, sua ex-mulher. Ela é irmã do jovem morto e moradora do apartamento onde o crime ocorreu, na Avenida Paris, 724, no Canto do Forte, em Praia Grande, na madrugada de 31 de agosto.

Ambos ratificaram o que já haviam relatado anteriormente na Delegacia de Investigações Gerais (DIG), no sentido de que, durante discussão entre os rapazes, Igor quebrou o espelho afixado na porta do guarda-roupa de um dos quartos e se armou com um caco. Mário alegou que, para se defender, pegou uma faca pia da cozinha, sendo a vítima golpeada durante uma briga pela disputa desse instrumento. Marcelly afirmou que não presenciou as facadas no irmão porque correu para outro quarto do apartamento.

Mário afastou Marcelly de qualquer responsabilidade pelo homicídio. Ele também eximiu Rafaela Costa da Silva, de 26 anos, que sequer estava no apartamento no momento do crime. Pivô do assassinato, esta jovem havia saído momento antes do imóvel, porque soube que Igor para lá se dirigia com Mário. Ex-mulher de Igor, Rafaela mantinha caso amoroso com Mário. Igor havia descoberto a traição e queria confrontar o cunhado, a ex-mulher e a irmã.

A pedido do delegado Renato Mazagão Júnior, a Justiça decretou a prisão temporária de 30 dias de Mário, Marcelly e Rafaela. Porém, a autoridade policial entendeu desnecessária a participação da ex-mulher de Igor na reconstituição, porque ficou comprovado que ela não estava no apartamento no momento do crime. Para o advogado Marcelo Cruz, que defende essa jovem e acompanhou a reprodução simulada dos fatos, está cada vez mais evidente a falta de responsabilidade da cliente pelo homicídio.

O advogado Leandro Weissmann defende Marcelly e compareceu ao local do crime para acompanhar a reconstituição. Ele declarou que essa diligência serviu para reforçar a inocência da irmã de Igor, que apenas estava no imóvel por ocasião do crime, mas não teve qualquer participação. Mário Badures, defensor de Mário Vitorino, também foi ao imóvel e destacou que o cliente teve a oportunidade de demonstrar na reconstituição a forma como agiu em “legítima defesa”.

A prisão temporária é decretada em razão do interesse das investigações, podendo ser prorrogada por mais 30 dias (na hipótese de crime hediondo, como é o caso do homicídio qualificado) ou revogada antes mesmo do seu prazo, conforme haja ou não necessidade. Ao término dela, se confirmado o envolvimento do investigado no delito e forem preenchidos outros requisitos legais, é possível se pleitear à Justiça a decretação da prisão preventiva, que não possui período determinado.

Bebida e drogas

Capturado no último dia 15 na casa de um tio da amante Rafaela, no município de Torrinha (SP), Mário Vitorino foi interrogado na DIG de Praia Grande sobre o homicídio apenas na sexta-feira (25), antes da reconstituição. Segundo o seu relato, ele e Igor consumiram uísque e ecstasy na madrugada de 31 agosto. A vítima ainda teria inalado lança-perfume, conforme o acusado, antes de ambos de irem até o apartamento de Marcelly sob o pretexto de esclarecer o caso amoroso entre a vítima e Rafaela.

Além do delegado Mazagão, de peritos criminais e dos advogados Badures, Weissmann e Cruz, dois promotores acompanharam a reconstituição. O advogado Felipe Pires de Campos esteve no edifício, mas não entrou no apartamento. Na condição de assistente da acusação, ele pediu à Justiça para assistir a reprodução simulada dos fatos e teve o pedido deferido. Antes de ter a prisão temporária decretada, Marcelly depôs na delega

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