Santos realiza coleta de sangue de cães para controle da leishmaniose
Por Santa Portal em 24/05/2022 às 11:42
A equipe da Seção de Vigilância e Controle de Zoonoses (Sevicoz), da Secretaria de Saúde de Santos, realizou, neste domingo (22), a coleta de sangue de 69 animais que vivem no Morro do Pacheco para controle de leishmaniose visceral canina. Esses animais vivem em um raio de até 100 metros de distância das moradias de três cães que estão infectados e recebem tratamento pela Prefeitura
O objetivo da coleta de sangue é verificar se estes animais permanecem saudáveis. As amostras são encaminhadas para o Instituto Adolfo Lutz, laboratório de referência do Estado de São Paulo, para testagem rápida. Os eventuais casos positivos seguem para confirmação por meio de sorologia. Havendo a confirmação de infecção pela doença, iniciam imediatamente o tratamento na Coordenadoria de Defesa da Vida Animal (Codevida), da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, que tem a finalidade de reduzir a carga parasitária, já que a leishmaniose visceral canina não tem cura.
“Os donos têm sido muito responsáveis em relação à saúde dos seus cães. Houve uma excelente adesão ao chamado para a coleta de sangue que fizemos ao longo da última semana. Uma nova ação de testagem será realizada no local para os demais cães que vivem na região”, afirma Alexandre Nunes, veterinário da Sevicoz.
A maior parte dos cães que participou da ação usa coleira repelente fornecida pela Prefeitura, já que o protozoário causador da doença é transmitido pelo mosquito-palha, sendo mais comum o da espécie Lutzomyia longipalpis. Porém, esta espécie não foi localizada em Santos. A Superintendência de Controle de Endemias do Estado de São Paulo (Sucen) afirma que a transmissão se dá por ‘vetores secundários’, ou seja, mosquitos-palha de outras espécies.
Desde 2015, Santos já registrou 125 casos de leishmaniose visceral canina. Atualmente, 37 cães convivem com a doença na Cidade, recebem tratamento e são monitorados.
SINTOMAS
Os sintomas, que costumam aparecer de dois a três anos após a infecção pelo parasita, são: pele e mucosas com feridas; queda de pelos da orelha e em volta do nariz; emagrecimento e crescimento exagerado da unha. Com o avanço da doença, órgãos internos como fígado, baço e pulmão, são afetados.
Munícipes cujos cães apresentem sintomas de leishmaniose visceral canina devem procurar atendimento veterinário. Na rede pública, a opção é a Codevida (Av. Francisco Manoel s/nº – Jabaquara), de segunda a sexta, das 9h às 12h e das 14h às 17h. Telefones: (13) 3203-5593 e (13) 3203-5075
LINHA INTEGRAL DE CUIDADO
Desde o registro do primeiro caso de cão com leishmaniose na Cidade, em 2015, Santos realiza um trabalho integral contra a doença, que cobre investigação do vetor, notificações, investigação sorológica, ações de prevenção e tratamento aos cães infectados. Nunca houve registro de leishmaniose em humanos na Cidade.
AÇÕES PARA PREVENÇÃO E CONTROLE DA LEISHMANIOSE EM SANTOS
Investigação do vetor: Embora existam casos positivos de leishmaniose em cães na Cidade, o mosquito-palha até hoje não foi encontrado no Município. Desde 2015, a Secretaria de Saúde atua em parceria com a Superintendência de Controle de Endemias (Sucen), do Governo Estadual, em buscas nas matas, com armadilhas próprias para atrair e reter o inseto transmissor.
Notificações: clínicas veterinárias particulares e a Codevida notificam a Sevicoz sobre casos de leishmaniose. A Sevicoz inicia a investigação sorológica, com coleta de sangue no animal e envio da amostra para o laboratório Adolfo Lutz, referência para a confirmação dos casos.
Investigação em outros animais: uma vez identificada a doença em algum animal, a Sevicoz faz uma busca ativa de outros cães que possam conviver no mesmo espaço do contaminado e também dos que estão a um raio de 100 metros de diâmetro de distância. É colhido o sangue e enviado ao Adolfo Lutz.
Tratamento: atualmente, 37 cães com leishmaniose recebem tratamento para controle da carga parasitária. O tratamento dura 28 dias, sendo realizado exame de sangue 3 a 4 meses depois do fim para verificar a resposta do organismo ao medicamento. Com a carga parasitária baixa, o risco de transmissão é menor. Todos foram microchipados, de forma que se houver fuga do animal, por exemplo, é possível identificar o seu paradeiro.
Coleira com repelente: todos os cães identificados com leishmaniose recebem uma coleira com repelente de forma a prevenir que o inseto o pique e se torne transmissor da doença para outros animais e pessoas.
Capacitação: Os agentes de controle de endemias e demais profissionais de saúde da rede municipal passam por capacitações periódicas, a fim de se tornarem multiplicadores de informação para a população.
Orientação: os munícipes cujos animais passaram por investigação são orientados a manter os ambientes externos livres de material orgânico (fezes, folhas) que atraem o inseto; manter as janelas teladas e usar repelente, em especial no fim da tarde e de noite, períodos de maior atividade do mosquito-palha.