16/12/2021

A causa da alergia do seu pet pode estar dentro de casa

Por Santa Portal em 16/12/2021 às 15:01

 Nadiye Odabaşı/Pexels
Nadiye Odabaşı/Pexels

Cães e gatos, hoje, fazem parte de muitas famílias, dividindo momentos e o mesmo ambiente. Com essa mudança cultural em relação aos pets, os expomos a certos problemas que acometem muitos dos humanos. A exposição frequente a substâncias existentes no interior da casa, especialmente aos ácaros de poeira, é a principal razão pela sensibilização de cães com dermatite atópica e gatos com alergias cutâneas e asma.

De acordo com o alergista veterinário, Caio Catalani, mestre em alergologia de cães e gatos, diretor do Instituto Veterinário de Alergia Allergen, pelo fato dos ácaros da poeira serem microscópicos, os tutores não imaginam o quão danosos eles podem ser aos pets.

Na verdade, os alérgenos (agentes causadores das alergias) mais comum em cães, gatos e humanos são os ácaros da poeira, que são encontrados dentro de casa. Qualquer pessoa alérgica a eles pode atestar os malfadados sintomas associados a eles, principalmente os respiratórios. Da mesma forma, a domesticação de cães e gatos, trazendo-os para dentro de casa, também acabou por sensibilizá-los a este alérgeno tão comum.

Os ácaros da poeira (Dermatophagoides farinae, Dermatophagoides pteronyssinus e, no Brasil, também a Blomia tropicalis) residem em tecidos como carpetes, cobertores, estofamentos, colchões, travesseiros, entre outros, mas especialmente em camas e nos sofás é onde se encontra em maior quantidade.

Explicação

“Eles preferem determinadas temperatura e umidade para se reproduzir. Durante o sono, nós os provemos de tudo o que mais gostam como calor, um ambiente escuro e o mais importante: nossos restos de cabelos e pele descamada. Isso mesmo, os ácaros da poeira se alimentam de restos de descamação de nossa pele, além de bactérias e fungos presentes no ambiente”.

“Há estudos que indicam que eles prefiram as descamações de peles de indivíduos atópicos pois as gorduras existentes neste tipo de pele são diferentes da pele de indivíduos sadios. Assim como os humanos, os cães podem se tornar alérgicos a substâncias presentes nas fezes dos ácaros e em outras partes do seu corpo” completou Catalani.

Geralmente este tipo de alergia é constante. Ou seja, não tem uma sazonalidade específica já que o animal está em contato com o ácaro o tempo todo; entretanto, pode haver épocas em que há picos de piora (por exemplo aqui no Brasil), especialmente em épocas de calor que favoreça aos ácaros.

Em cães podem estar presentes todos os principais sintomas da dermatite atópica canina. Ou seja: coceira (generalizada ou limitada à face e às patas), infecções de pele recorrentes, inflamações recorrentes das orelhas ou seborréia.

Gatos podem apresentar lesões do chamado “complexo granuloma eosinofílico”, coceira (especialmente pescoço e cabeça), acne no queixo, otite recorrente ou lesões nas patas (“pododermatites linfoplasmocíticas”). Todos também associados a um provável quadro de atopia.

De maneira geral, de 30 a 80% dos cães atópicos e gatos alérgicos exibem testes cutâneos ou de sangue positivos aos ácaros da poeira. Estes animais se tornam sensibilizados após um certo período de tempo, habitando o ambiente interno da casa.

Possíveis soluções

Ainda que o controle eficaz dos ácaros não seja uma realidade possível. Cães e gatos atópicos não precisam depender exclusivamente do uso de medicamentos para o tratamento das alergias causadas pelos ácaros ambientais.

É importante levar ao conhecimento do tutor de que existe modalidades seguras e eficazes de tratamento. Como a imunoterapia com alérgenos, popularmente conhecida por “vacinas para alergia”.

O tratamento com tais vacinas é individualizado para cada paciente e deve ser acompanhado pelo alergista veterinário que é o profissional capacitado para realizar a formulação correta da vacina e para ajustar o tratamento a cada paciente ao longo do tratamento.

As “vacinas” atuam através da produção de anticorpos protetores contra os ácaros. Estes anticorpos circulantes inibem a ativação da resposta alérgica ao se entrar em contato com o ácaro. Contudo, os animais tratados necessitam de menores intervenções, menos medicações, poupando-os de efeitos colaterais, trazendo a eles mais qualidade de vida.

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