Cães na areia pode ser uma combinação perigosa
Por Eduardo Filetti em 02/05/2022 às 09:39
Pets presentes na areia parece ser um movimento mundial sem volta, mas sem organização pode ser perigoso. Por contar com um amplo espaço e, geralmente, um clima agradável nessa época do ano, as praias da Baixada Santista ganham um grande número de cachorros. Há quem aprove, mas há também quem torça o nariz para a presença do melhor amigo do homem na areia.
A areia da praia é um ambiente que contribui com o desenvolvimento de vermes adultos. Uma das doenças transmitidas por meio do contato com as fezes de cães infectados e, frequentemente, adquirida por pessoas na praia é a Larva Migrans Cutanea, mais conhecida como “bicho geográfico”. É uma doença de pele transmitida por larvas de um parasita intestinal comum em cães e gatos chamado Ancylostoma caninum.
O animal infectado, ao defecar na areia, libera ovos desse verme, que se transformam em larvas e podem penetrar na pele das pessoas, causando feridas, além de uma forte coceira. As partes do corpo mais afetadas são os pés, pernas e mãos. As larvas são muito resistentes às ações do meio ambiente, tais como calor, frio, umidade e seca, podendo permanecer no ambiente por até um ano.
Inicialmente, para prevenir a possibilidade de seu animal transmitir a doença, ele deve ser submetido a exames de fezes a cada seis meses e, se necessário, vermifugado. RecoIher as fezes do seu animal em locais públicos também ajuda a evitar o problema. A dificuldade de fiscalização é um dos maiores problemas de liberação de pontos de uma praia para os pets, com certeza a maioria dos tutores são honestos e cumprem as regras. O problema está nos 10% que não cumprem as regras levando os pets em qualquer horário e ponto de praia.
A Balneabilidade das praias também fica muito prejudicada com dejetos humanos e ou de animais, e não existe condições da Guarda Municipal cobrir a praia toda, pois não existe efetivo para tal.
Em termos legislativos, a entrada de cachorro na praia é proibida. De acordo com muitos sanitaristas , o ideal não era uma punição ao animal, uma vez que a prisão do mesmo pode gerar uma série de desconfortos, tais como um possível confronto entre animal e fiscalizador. Segundo ele, o dono que deve ser punido e, sobretudo, ocorrer uma fiscalização por parte das autoridades competentes. Se tivéssemos fiscais treinados, a situação melhoraria bastante. Eles pegariam a identidade do dono e aplicariam uma multa. Essa seria uma forma de solucionar o problema e normalizar a situação.
COLEIRA E FOCINHEIRA
A não utilização da coleira em cachorros, sobretudo nos de grande porte, também causa polêmica, uma vez que diversos ataques já foram noticiados por todo o País.
Muitos donos não utilizam a guia porque querem demonstrar controle sobre o animal. Entretanto, algumas situações provam justamente o contrário e, em algumas ocasiões, até tragédias podem acontecer. Há casos em que o cachorro está passeando sem coleira e, de repente, vem outro cachorro com coleira em sua direção. O dono do cachorro com coleira puxa o animal para evitar algum confronto, mas o sem coleira, assustado, corre para a rua e acaba gerando um “atropelamento”.
Ressaltamos também a importância da coleira no combate às doenças. Um cachorro sem coleira, por exemplo, pode comer alimentos que estejam espalhados pelo caminho, contraindo uma possível infecção. Além disso, ressaltamos que animais não adestrados devem utilizar a coleira peitoral, uma vez que, em sua maioria, esses cachorros não costumam acompanhar o ritmo de seu dono e impõem uma caminhada acelerada. Caso o cachorro seja puxado com a coleira tipo enforcador, o animal pode ter o fluxo de sangue que vai para o cérebro interrompido, o que causaria desmaio ao animal.