Bons hábitos de manejo, recreação e cuidados de aves
Por Renan P.C / Santa Portal em 31/08/2022 às 09:20
O bem-estar dos pets é de grande preocupação para a maioria dos tutores. Propiciar hábitos saudáveis, exercícios e alimentação são pilares fundamentais para prolongar a vida dos nossos animais e manter a saúde deles integra. Entretanto, todo um nicho de animais é afetado por um falso preceito, intencionado por um padrão cultural e informações difusas, ou até mesmo falsas, de bons hábitos de segurança e cuidados.
As aves são animais extremamente populares nos lares brasileiros. Neles são encontrados diversos exemplares, da fauna nacional ou não, como papagaios, periquitos, canários, cacatuas, araras e calopsitas. Contudo, persegue um estigma a estes de animais de que o seu lugar é dentro das gaiolas, o que não é verdade.
Comunicativas e dóceis, são diversos os motivos para uma pessoa optar pela adoção de um pássaro como animal de estimação, mas a má ou a nenhuma orientação induz a erros que, se não corrigidos, podem a longo prazo levar a acidentes ou prejudicar a saúde do animal.
O voo das aves é essencial para a sua saúde física e mental, e o impedimento, ou má execução, desse hábito tão essencial pode acarretar em acidentes e fugas, como explica o médico veterinário André Andrade, especialista em clínica médica de animais silvestres.
“O ideal é que uma ou duas vezes por dia, pelo menos, a pessoa separe um cômodo da casa, feche portas e janelas, desligue ventilador de teto e solte eles para voarem”.
Contudo, só soltar a ave em um cômodo fechado não garante a prevenção das fugas. Uma falsa confiança dos tutores sobre as suas aves, falta de supervisão e uma má adaptação da residência, pode trazer problemas.
“Os psitacídeos, essas aves de bico curvo, como calopsitas, periquito, papagaio, arara interagem mais com o ser humano. E por ter esse contato, as pessoas têm o hábito de colocar no ombro e andar pela casa, o que pode acarretar na fuga. (…) E sempre estar junto porque a ave pode roer coisas que não deve como ferro, fios e plantas tóxicas”.
Apesar do voo ser um hábito benéfico para a saúde da ave, uma outra alternativa seria o corte das penas de voo, o que impediria o pássaro de alçar voo em caso de fuga. Mas se executado de maneira incorreta pode levar a acidentes. De acordo com o doutor André, o corte deve ser feito nas duas asas, para prevenir que a ave se desequilibre caso tente voar, e o tutor deve se atentar com a trocas das penas, que volta a crescer depois de certo tempo.
Dessa forma, cabe ao tutor a avaliação do manejo e cuidados que ele irá oferecer à sua ave, se atentando sempre na prevenção de rotas de fugas, na supervisão do animal e na procura de propiciar um ambiente seguro. Cabe salientar que o corte das asas se trata de uma medida paliativa, que, apesar de limitar o voo da ave, não impede a sua fuga e que o ideal é a soltura do animal em um ambiente seguro e controlado.