Homem confessa homicídio e é preso em flagrante no litoral de SP por ocultação de cadáver
Por Santa Portal em 12/10/2023 às 08:00
Um homem admitiu ter matado outro golpeando-o três vezes no rosto com um bloco de concreto sextavado utilizado no calçamento de ruas. O autor confesso do homicídio disse ainda que havia tentado antes estrangular a vítima com uma corda, mas ficou sem forças para consumar o crime.
O assassinato foi descoberto na tarde de quarta-feira (11), em Peruíbe. A identidade da vítima é ignorada e o seu corpo foi removido ao Instituto Médico-Legal (IML) de Praia Grande. O acusado que confessou o homicídio é Anderson Christoffer Pessoa, de 39 anos. Ele foi autuado em flagrante e recolhido à cadeia.
Policiais militares realizavam patrulhamento de rotina pelo bairro Stella Maris, quando foram informados por populares que exalava forte odor da casa da Rua Ipiranga, 281. O imóvel tem muros baixos e está em aparente estado de abandono, pois sequer possui portão. Por esse motivo, os PMs ingressaram no local para checar a informação.
No quintal da moradia, que fica nos fundos, os policiais se depararam com um cadáver. Ele se encontrava coberto por pedaços de papelão, cobertor e folhas e galhos de árvore, estando apenas os pés à mostra. Enquanto preservavam o local até a chegada da perícia, os PMs abordaram Anderson caminhando na rua carregando folhas e galhos.
Uma testemunha informou que, na terça-feira (10), viu Anderson entrar e sair algumas vezes da casa, sempre levando folhas e galhos ao imóvel. Questionado pelos policiais sobre o cadáver, o acusado confessou o homicídio, informando que usou o bloco de concreto e a corda.
Com a chegada da equipe da Polícia Científica, todo o material que cobria o corpo foi retirado, sendo constatado que o rosto da vítima estava desfigurado e ao lado dela havia um bloco sextavado com vestígios de sangue. Uma corda estava enrolada no pescoço do desconhecido. Um perito avaliou que o homicídio foi cometido há quatro dias.
Versão
Interrogado pelo delegado Ricardo Marinho Correa, Anderson relatou que estava “morando” na casa desde o dia 3. No dia 6, ele disse que dormia quando um homem invadiu o imóvel e tentou agredi-lo. O acusado alegou que, para se defender, tentou “enforcar” o desconhecido com a corda e atingiu o seu rosto com o bloco de concreto.
Anderson detalhou que a vítima morreu “engasgada” com o próprio sangue. Após o assassinato, ele pegou diversos materiais para cobrir o corpo. Segundo o delegado, pelo homicídio, Anderson não poderia ser autuado em flagrante, porque esse crime ocorreu há alguns dias e não estavam em curso diligências ininterruptas desde a sua prática.
Porém, conforme ressalvou Correa, o mesmo não se aplica ao delito de ocultação de cadáver. Por ser um crime permanente, ele se prolonga no tempo, enquanto durar a sua permanência. “Portanto, decreto a prisão em flagrante delito do conduzido pela prática do crime de ocultação de cadáver”, deliberou o delegado. (EF)