Comércio da região acumula mais de 2 mil demissões em 2023

Por Gustavo Sampaio em 05/07/2023 às 21:00

Arquivo/Divulgação Prefeitura de São Vicente
Arquivo/Divulgação Prefeitura de São Vicente

O comércio na Baixada Santista registrou 2.009 demissões durante os primeiros cinco meses do ano, de acordo com o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados). O número representa uma alta de 26,59% no saldo de demissões em comparação com o mesmo período de 2022, quando foram apontadas 1.587 demissões no setor comercial.

As cidades com os maiores índices de desligamentos são Santos, Praia Grande e Bertioga, com 603, 478 e 240 demissões, respectivamente. As três cidades representam ao todo 65,75% do total de demissões da área na Baixada Santista.

Praia Grande, aliás, registrou o maior aumento nas demissões em comparação com o mesmo período de 2022, com 297 desligamentos a mais que em 2023, um aumento de 164%.

Guarujá com 192 demissões, São Vicente com 172 e Peruíbe com 99, também foram cidades com alto saldo de desligamentos. Entretanto tiveram menos demissões nos primeiros cinco meses deste ano no comparativo com o mesmo período de 2022, quando as cidades tiveram 277, 291 e 115 desligamentos respectivamente. 

Cubatão e Mongaguá também tiveram demissões registradas nesse período de 2023. Cubatão registrou 79 e Mongaguá 16 desligamentos, números menores em comparação com as outras cidades da região.

De acordo com Omar Abdul Assaf, presidente do Sindicato do Comércio Varejista da Baixada Santista e Vale do Ribeira (Sincomércio-BSVR), o alto número de demissões nestes primeiros meses de 2023 se deve ao final das festas de fim de ano e da Black Friday.

“2.009 pode parecer um número alto, mas precisamos entender que estamos falando de demissões em todas as nove cidades da Baixada Santista, ao longo de cinco meses. Isso é uma média de 44 demissões por mês. Ainda contextualizando esse cenário, os primeiros meses do ano vêm após grandes datas como a Black Friday e o Natal, períodos que, geralmente, levam os empresários a contratarem funcionários temporários para lidar com a alta demanda. Alguns desses têm o contrato ampliado por apenas alguns meses, alguns são efetivados, mas os comércios não conseguem sustentar os colaboradores extras por tantos meses, e por aí vai”. 

Abdul Assaf também explicou o porquê da alta nas demissões este ano em comparação com o mesmo período em 2022.

“Já em comparação com o ano anterior, é preciso entender o contexto desse número. É provável que, em 2023, o comércio tenha tido um número maior de contratações e, consequentemente, houve um número maior de demissões (devido às razões apresentadas anteriormente), formando um saldo elevado quando comparado a 2022. Mas, de forma geral, vale levar em consideração a transição do governo e o seu impacto em diversos setores. As fortes chuvas que afetaram a região no começo do ano, que impediram um fluxo mais alto de turistas na região, diminuiu a movimentação econômica na região. Todas essas variantes, em conjunto, impactam o dia a dia dos comércios e a sua capacidade de manter o quadro de funcionários”.

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