Chamada de ‘ele’, mulher trans quebra acrílico da recepção de UPA e é presa
Por Santa Portal em 20/07/2023 às 06:00
Chamada de “ele” por um funcionário da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Peruíbe, uma mulher trans, de 28 anos, ficou irritada por se sentir vítima de homofobia e quebrou a proteção de acrílico da recepção do posto de saúde. Ela foi presa em flagrante e recolhida à cadeia.
O episódio aconteceu na madrugada de segunda-feira (17). Detida por dois guardas municipais, a jovem foi conduzida à Delegacia de Peruíbe, onde o delegado Ricardo Marinho Correa a autuou por dano contra o patrimônio público.
O crime é punível com detenção de seis meses a três anos. A acusada foi recolhida à cadeia por não pagar fiança, arbitrada em um salário mínimo (R$ 1.320,00). Por ter sido encaminhada a uma unidade de homens, o delegado fez a seguinte observação em ofício dirigido ao diretor: “deixar a presa separada dos demais por se reconhecer como mulher”.
Segundo o recepcionista da UPA, a jovem estava em frente à porta de um consultório “atrapalhando” o atendimento de um paciente. Por esse motivo, o servidor se dirigiu até a acusada e lhe disse que não poderia ficar ali, mas se referiu a ela utilizando o pronome masculino.
Nesse momento, ainda conforme a versão do funcionário, a jovem ficou irritada, afirmou ser transexual e exigiu ser chamada pelo seu nome social feminino. Durante o desentendimento, ela arremessou um vidro de álcool na direção do recepcionista, sem conseguir acertá-lo. Ainda mais furiosa, a acusada quebrou o acrílico da recepção, sendo contida em seguida pelos guardas.
Ao ser interrogada na delegacia, a acusada afirmou que não teve a intenção de tumultuar o atendimento na UPA e admitiu ter danificado a proteção acrílica. A jovem alegou que fora à unidade em busca de ajuda financeira para viajar a São Paulo. Porém, ficou nervosa porque o funcionário começou a chamá-la de “ele” e “isso hoje em dia é homofobia”. (EF)
