Advogado com registro de CAC surta, atira dentro de apartamento e é preso
Por Santa Portal em 05/01/2023 às 11:30
Um advogado com registro de CAC (caçador, atirador e colecionador) deu dois tiros de revólver dentro de um apartamento de temporada em Peruíbe, durante suposto surto. Autuado em flagrante, ele foi recolhido à cadeia porque não pagou a fiança arbitrada em cinco salários mínimos (R$ 6,6 mil).
O episódio aconteceu no edifício da Avenida São João, 268, no Centro, por volta das 3 horas de quarta-feira (4). Após ouvirem o barulho de dois tiros vindo de um apartamento do oitavo andar, moradores telefonaram para a Polícia Militar. Ao perceber a chegada de policiais, da sacada do imóvel, o acusado começou a gritar por socorro e arremessou vidros na direção deles.
Os PMs subiram até o oitavo andar. Através da janela do apartamento que possui vista para o corredor do pavimento, eles viram dentro do imóvel um homem ensanguentado e com um revólver na mão. Os policiais pediram para o acusado largar a arma e ele obedeceu, mas desferiu um soco na janela, começou a se lesionar nos cacos de vidro e pronunciou frases sem nexo.
Um cabo conseguiu abrir a porta da unidade e, logo em seguida, ele e os colegas imobilizaram Vitor Marcelo Silva Bergamasco, de 44 anos. Para a segurança do próprio acusado, os policiais o algemaram. Depois, acionaram o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Após ser sedado com calmante, o advogado foi encaminhado à Unidade Pronto Atendimento (UPA).
Além do revólver Taurus calibre 38 utilizado pelo acusado, os PMs apreenderam o documento da arma no apartamento, onde não havia mais ninguém. Vitor disse aos policiais ser “colecionador”, possuindo registro de CAC, mas preferiu se manter em silêncio ao ser interrogado pelo delegado Ricardo Marinho Correa, na Delegacia de Peruíbe.
O advogado recebeu alta após levar pontos nas mãos. Por causa das lesões e das suturas, ele não pôde ser submetido a exame residuográfico, cujo objetivo é detectar vestígios de chumbo e cobre, típicos de quem faz uso de arma de fogo. Correa o autuou por disparo de arma de fogo – crime previsto no Estatuto do Desarmamento e punível com reclusão, de dois a quatro anos, e multa.
Vitor pediu para um investigador de Maringá (PR), conhecido seu, ser avisado sobre a sua prisão, mas ele não soube informar o telefone desse policial. Por meio de e-mail, o delegado comunicou o flagrante às seccionais da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Cianorte (PR), na qual o acusado está inscrito, e de Peruíbe. (EF)