Família de idoso atropelado contesta depoimento e diz que motorista não prestou socorro; VÍDEO
Por Santa Portal em 01/03/2025 às 12:00

A família do aposentado Walter Pereira Dias, que morreu após ser atropelado por um carro em Itanhaém, na última terça-feira (25), contesta o depoimento dado pelo motorista que ele teria passado mal ao volante no momento do acidente. Segundo a família, o motorista ainda teria fugido sem prestar socorro.
De acordo com o genro de Walter, Ronaldo Alves, o atropelamento ocorreu em frente à casa onde vive com a esposa, no bairro Gaivota, quando seu sogro estava a caminho de comprar pão, de bicicleta. “O cara [motorista] veio por trás dele. Quando chegou na lombada, ele freou, mas havia um buraco à frente, que a prefeitura tampou. Meu sogro desviou para o lado direito, mas o motorista acelerou e passou por cima dele”, detalhou o genro.
Nas imagens fornecidas pela família ao Santa Portal, é possível ver o motorista atropelando Walter, sem tentar desviar. O condutor do veículo foi identificado como um procurador federal da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai).
Em depoimento dado à Polícia, o motorista disse que havia passado mal ao volante, momento em que Walter teria entrado na frente do veículo. Porém, as imagens da câmera de segurança mostram o procurador indo na direção de Walter.
Arquivo PessoalSegundo Ronaldo, ele descobriu o acidente enquanto saía de sua garagem para buscar a esposa. Ele foi informado por uma senhora que testemunhou o atropelamento, mas não conseguiu inicialmente identificar Walter devido à gravidade dos ferimentos. “Quando eu lembrei que ele tinha cortado o cabelo… e olhei pra bicicleta, já entrei em desespero. Eu reconheci que era meu sogro”, relembra Ronaldo.
A situação tomou outro rumo quando o motorista responsável pelo atropelamento apareceu no local do acidente. “O cara que cometeu o acidente apareceu. Eu falei pro policial: ‘Foi ele que atropelou meu sogro?’ O policial confirmou”, relata Ronaldo.
Em seguida, o genro começou a discutir com o motorista, mas foi rapidamente contido pelos policiais que haviam sido acionados para atender a ocorrência. “O policial mandou ele sair do local com o carro. Ele foi pra frente da escola [próxima ao local] e de lá sumiu”, afirma. Conforme relatado por Ronaldo, no momento em que a perícia chegou, o motorista não estava mais no local do acidente.
“Hoje estamos aqui em choque, sem saber o que fazer, porque o meu sogro era a estrutura da família. E [o motorista] acabou com tudo”, desabafa Ronaldo. A família, que agora procura por justiça, não sabe como lidar com a perda de um ente querido e a falta de respostas diante do ocorrido. “A gente quer justiça. Estamos muito desamparados. Não sabemos o que fazer”, disse.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP), o condutor do automóvel realizou o teste do etilômetro, que resultou negativo para presença de bebida alcoólica. O caso foi registrado como homicídio culposo na direção de veículo automotor no 2° DP da Cidade.
O Santa Portal não localizou a defesa do procurador federal. O espaço segue aberto para manifestações.