Condutor de charrete diz à polícia que testava égua no momento de colisão
Por João Pedro Feza/Folhapress em 01/04/2025 às 10:00

A Polícia Civil de São Paulo tomou o depoimento, na tarde desta segunda-feira (31), do condutor da charrete que atingiu e matou uma ciclista na praia de Santa Cruz, em Itanhaém. Rudney Gomes Rodrigues, 31, cumpre prisão temporária na Cadeia de Peruíbe, onde foi ouvido pelo delegado Arilson Veras Brandão. Ele foi preso no sábado (29).
O condutor da charrete atropelou a ciclista Thalita Danielle Hoshino, 31, na faixa de areia da praia, no domingo (23). Ela morreu após dois dias de internação. Rudney foi detido em sua residência, em Praia Grande. A vítima era da cidade de São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo.
O depoimento foi acompanhado por um dos integrantes da defesa de Rudney, o advogado Luciano Ribeiro Fernandes, que reitera que não havia disputa entre charretes -versão apresentada à polícia por Gabriela Ferreira Neves de Andrade, 24, amiga da vítima que estava no local na hora do atropelamento. Os advogados estudam entrar com pedido de soltura dele na Justiça.
“É uma prisão arbitrária”, diz Luciano Ribeiro. “Se a autoridade policial representar pela prorrogação iremos ingressar com o recurso cabível”, acrescenta Fernandes. O recurso poderá ser um habeas corpus.
A tese da defesa, desde o primeiro momento, é a de que o condutor da charrete não participava de racha no momento do impacto -ao contrário do que afirma a amiga da vítima.
Ainda segundo a defesa, se havia uma segunda charrete no local, no mesmo momento, não era uma pessoa com a qual Rudney tivesse contato.
A defesa também sustenta que o condutor estava no local para passear, não para correr com o animal – uma égua, que havia adquirido recentemente- e que a esposa, Karina, que o acompanhava de carro, prestou socorro à vítima.
Moradores afirmam que já testemunharam corridas de charrete em praias de Itanhaém. Eles contam que a prática ilegal é frequente e causa temor na região.
Depois do caso, a Prefeitura de Itanhaém usou uma escavadeira para implantar um bloqueio provisório de pedras, chamado de “matação”, com o objetivo de impedir a passagem de veículos automotores e charretes faixa de areia da praia de Santa Cruz.