Comércio tem pior agosto na Baixada Santista em quatro anos

Por Gustavo Sampaio em 20/10/2023 às 06:00

Valter Campanato/Agência Brasil
Valter Campanato/Agência Brasil

O comércio da Baixada Santista teve seu pior agosto nos últimos quatro anos. Apesar de fechar o mês com um saldo positivo (233 contratações), o índice representou uma baixa de 55% em comparação com o mesmo período de 2022. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e leva em consideração o saldo entre contratações e demissões.

Surpreendentemente, agosto de 2023 ficou abaixo até dos anos de pandemia, em 2021 e 2022. Em 2021, por exemplo, no auge da pandemia, a região registrou 1.062 contratações para a área comercial, em agosto.

Itanhaém e Mongaguá foram as duas cidades que mais impediram um resultado melhor na Baixada Santista. Os municípios registraram 227 e 81 demissões, respectivamente.

Santos, Guarujá e Bertioga foram as únicas cidades que conseguiram aumentar seus números em relação a agosto de 2022. Santos teve um aumento de 98,8%, quase o dobro de contratações em 2023. Já Guarujá e Bertioga tiveram pequenos aumentos: Bertioga teve 19 admissões, enquanto Guarujá fechou com 25 no mesmo período.

Motivos

De acordo com o presidente do Sindicato do Comércio Varejista da Baixada Santista e Vale do Ribeira (Sincomércio-BSVR), Omar Abdul Assaf, o menor número de carteiras assinadas ocorre pelo fato da recente saída pandemia que causou uma incerteza financeira no comércio.

“Isso se deve a uma conjunção de fatores desafiadores que impactaram o desempenho do setor nesse período. A continuidade das incertezas econômicas, juntamente com o aumento significativo dos custos operacionais, como energia, logística e matéria-prima, representou um ônus adicional para as empresas. Além disso, as flutuações nas condições de mercado, tanto a nível local quanto global, influenciaram a demanda do consumidor, afetando a atividade de vendas”.

Para Assaf, é importantíssimo entender o contexto do setor, que ainda se recupera da época da pandemia. “Foi um período no qual grande parte das lojas ficaram fechadas, com pouco ou nenhum lucro, e com extrema dificuldade de manter os funcionários”.

O presidente também ressaltou a melhora do comércio varejista, mesmo com um menor número de empregos registrados.

“É importante notar que o varejo vem se estabilizando, mantendo uma crescente tímida, mas positiva. Em termos de faturamento, em julho, o varejo brasileiro registrou um avanço de 0,7%, (de acordo com dados do IBGE), marcando o melhor desempenho desde março, mês que também mostrou avanço de 0,7%. Essa tendência positiva se reflete nas regiões da Baixada Santista e Vale do Ribeira, que estão evoluindo de forma constante, embora modesta, com indicadores semelhantes ao do nível nacional. Apesar do progresso ser tímido, consideramos isso uma vitória, pois o comércio ainda está se recuperando do impacto negativo causado pela pandemia”.

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