Comércio da região registra 208% de aumento nas demissões em fevereiro
Por Gustavo Sampaio em 27/04/2023 às 11:00
O comércio da Baixada Santista registrou 909 demissões em fevereiro. O número representa um aumento nos fechamentos de postos de trabalho na comparação com fevereiro do ano passado. Em igual período de 2022, a região teve 295 desligamentos (aumento de 208,14%).
Santos, Praia Grande e Guarujá foram as cidades com os maiores índices negativos no comércio, com 293, 272 e 124, respectivamente. Aliás, em Praia Grande, o setor foi o mais atingido pelas demissões em fevereiro.
As três cidades, que são as mais procuradas pelos turistas, tiveram juntas 689 demissões (75,80% do total da Baixada Santista, em fevereiro).
De acordo com Omar Abdul Assaf, presidente do Sindicato do Comércio Varejista da Baixada Santista e Vale do Ribeira (Sincomércio-BSVR), o fim das vagas temporárias e a volta dos turistas a seus locais de origem são os principais motivos para o alto número de desligamentos.
“É natural que após o fim daquele período de maior movimento entre novembro e fevereiro, impulsionado pela Black Friday, Natal e temporada de cruzeiros, o comércio desacelere um pouco e, justamente por isso, uma parcela dos empresários opte por encerrar os contratos de vagas temporárias”.
Para o presidente do Sincomércio-BSVR, o “aumento tão notável no índice de desemprego é uma triste realidade, até porque acaba afetando o poder de compra de muitos consumidores e o dinheiro deixa de circular e ser injetado novamente no varejo”.
“Existem muitos fatores que influenciam essas circunstâncias, como, já citado, o fim dos contratos temporários, o menor faturamento das empresas após os períodos festivos, o poder aquisitivo dos consumidores, que não estão mais de férias ou frequentam tanto o litoral, entre outros. Ainda, é importante citar as fortes chuvas, e as tragédias acarretadas, que além de afetarem os comércios locais, também desanimaram os consumidores de viajarem para o litoral”.
Assaf ainda analisou mais a fundo e trouxe dados mais apurados sobre anos anteriores. “Ao analisar o cenário como um todo, vemos que essa é a primeira desaceleração significativa. No trimestre de novembro a janeiro, a taxa se manteve em 8,4% — o que marca não só uma estabilidade comparada ao período anterior (agosto a outubro), mas também o menor índice desde 2015 (em relação aos mesmos meses). Sendo assim, é importante levar em consideração esse contexto, que, até então, era positivo”.