Mulher que vendeu imóvel para morar com homem conhecido em live volta ao Guarujá após golpe

Por Santa Portal em 16/08/2025 às 06:00

Arquivo pessoal
Arquivo pessoal

Suzanne Sallum, de 51 anos, retornará ao Guarujá, no litoral de São Paulo, na manhã neste domingo (17), após sofrer um golpe financeiro estimado em mais de R$ 500 mil. Ela conheceu o autor da fraude durante uma live no TikTok, com quem se casou e mudou-se para o México. Hoje, tenta na Justiça reaver parte dos bens perdidos.

O relacionamento teve início no fim de 2024, quando o então morador do Rio de Janeiro, interagiu com Suzanne por meio da plataforma de vídeos. Após semanas de contato virtual, ele viajou ao Guarujá, onde passou dez dias hospedado na casa da vítima.

Pouco tempo depois, retornou com a filha de dez anos, em uma estadia que marcou o início da convivência. “Ele me tratava como uma rainha. Tudo parecia perfeito”, relembra Suzanne em entrevista ao Santa Portal.

O homem dizia trabalhar com criptomoedas e, aos poucos, passou a solicitar valores para pequenas despesas. As quantias, segundo ela, rapidamente aumentaram. “Passei a mandar R$ 4 mil, R$ 5 mil, R$ 8 mil. Tudo comprovado com transferências e extratos”.

O ponto de virada foi o pedido para que Suzanne vendesse seu apartamento no Guarujá. Avaliado em R$ 500 mil, o imóvel foi negociado por R$ 350 mil. O valor foi entregue ao homem em parcelas – parte em reais, parte em dólares – com a promessa de retorno financeiro por meio de investimentos em criptoativos.

“Ele prometeu que faríamos um império. Dizia que me amava, que faríamos fortuna no México, longe das nossas famílias com quem ele dizia não se dar bem”.

O casal oficializou a união civil em 6 de março. No mês seguinte, já moravam juntos em uma cidade do interior do Estado do México. Lá, a convivência se deteriorou.

“Ele mudou completamente. Passou a dormir em outro quarto, não havia mais intimidade. Eu era apenas a cozinheira, a empregada. Ele dizia que estava ‘trabalhando para o nosso futuro’, enquanto eu bancava tudo”, relata.

O homem pediu a venda de um segundo imóvel – a casa comprada no México – para reforçar os aportes em criptomoedas. Desconfiada, Suzanne buscou orientação jurídica e foi aconselhada a proteger o dinheiro.

“Ele ficou furioso. Disse que eu expus a nossa vida pessoal para um estranho. Recusou compartilhar a senha do bitcoin e alegou que, se eu soubesse, poderia ser sequestrada”.

Fuga

No dia 28 de maio, Suzanne foi ao supermercado e, ao retornar, viu que o homem havia sumido. “Os computadores não estavam mais na mesa. Subi correndo e o quarto dele estava vazio. Ele levou tudo: meus dois computadores, meu tablet, meu celular do Brasil, joias. Foi quando meu mundo caiu”.

Ela o confrontou por mensagem e ele disse que teria voltado ao Brasil e afirmou que o dinheiro havia sido “dado”, não emprestado. Desde então, Suzanne seguiu morando sozinha no México. De volta ao Guarujá, ela alugou um apartamento nas Pitangueiras.

Com apoio da irmã – advogada criminalista – e da equipe jurídica no Brasil, Suzanne entrou com ação judicial. O caso foi protocolado na comarca do Guarujá. Em 2 de julho, as contas do homem foram bloqueadas. Foram localizados R$ 90 mil em uma conta e R$ 30 em outra, além de um carro em seu nome, também bloqueado.

Suzanne pediu a quebra do sigilo bancário, para rastrear o restante do dinheiro – e tentar recuperar parte do que perdeu. Enquanto isso, o processo criminal por estelionato, apropriação indébita e ameaça segue em curso.

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