Mãe perde a vida horas após dar à luz em hospital de Guarujá; Marido registra Boletim de Ocorrência
Por Gustavo Klein /Santaportal em 11/03/2020 às 11:12
TRISTEZA – Imagine a tristeza de um pai que vai com a esposa para a maternidade para ter um filho e sai de lá com a notícia da morte da esposa, que não tinha nenhum problema de saúde prévio. Este é o drama que Thiago Gonçalves de Souza viveu no começo deste mês no Hospital Santo Amaro, em Guarujá. A esposa dele, Thamirys Almeida Lopes de Souza, perdeu a vida horas depois de dar à luz o terceiro filho do casal, Yan.
Thiago conta que, apesar do atendimento ter demorado, o parto ocorreu sem problemas. “Chegamos no hospital às 3 da tarde com ela tendo fortes contrações. Até as 6 ainda não havíamos sido atendidos. Ela foi para a sala de cirurgia às 9 da noite e às 9h44 nosso filho nasceu. Até aí sem nenhum problema”.
Thamirys faria uma laqueadura após o parto e foi nesse processo que algo deu errado. Thiago denuncia que o procedimento foi feito apenas por enfermeiras. “O médico já estava na sala do lado, fazendo outra cirurgia. Me disseram que haviam atingido uma artéria. O sangue saía sem parar e, nessa hora, me tiraram da sala.
Thiago diz que ficou uma hora e meia sem informações. “Uma tremenda angústia. Só perto da meia-noite é que vieram falar comigo. Disseram que ela havia perdido 90% do sangue e que havia sido entubada e que ficaria em observação”.
No dia seguinte, às 6 e meia da manhã, Thiago foi informado que a esposa havia sofrido uma parada cardíaca e não havia resistido. Ele pediu para ver o corpo. “Fui até a sala onde ela estava. Ela estava gelada, dura, os dedos não mexiam mais. Perguntei a eles como ela poderia ter acabado de morrer e já estava naquele estado e ninguém soube me responder”.
Boletim de Ocorrência
Revoltado, Thiago, que já tinha outros dois filhos com Thamirys, registrou um boletim de ocorrência sobre o ocorrido. “É a única forma de tentar evitar que isso aconteça com outras pessoas”. Na certidão de óbito de Thamirys constam, como causa da morte, ruptura uterina, choque hipovolêmico e hiperatividade uterina.
O Outro Lado
Procurada, a direção do Hospital Santo Amaro respondeu por meio de nota. Segue, na íntegra, o posicionamento da unidade: “O óbito ocorrido no pós parto cesárea, da paciente em questão está sob investigação na unidade hospitalar. Salientamos que qualquer óbito materno, que relacione a mãe e o momento de gestação deve ser investigado, de acordo com exigência do Ministério da Saúde. Esta investigação é realizada pela Comissão de Óbito Materno Infantil, uma comissão mista, formada por representantes do Hospital Santo Amaro e da Secretaria Municipal de Saúde.
Após esta investigação o processo é encaminhado à Diretoria Regional de Saúde que vai analisá-lo”.
Segundo o hospital, a morte de Thamirys foi em decorrência de uma hemorragia maciça uterina, pós parto cesárea. “A hemorragia levou a paciente a um choque hemorrágico, que motivou o óbito. O que está sendo investigado é exatamente a causa desta condição. A equipe que assistiu a paciente seguiu os protocolos preconizados para esse tipo de evento, utilizando todos recursos necessários para restabelecer a saúde da paciente, o que, infelizmente foi irreversível”.
