Cai para 9 o número de não localizados em Guarujá; Chuva equivaleu a duas usinas de Itaipu

Por #Santaportal em 12/03/2020 às 20:16

GUARUJÁ – Ao final do décimo dia de buscas pelas vítimas dos deslizamentos nos morros de Guarujá, nesta quinta-feira (12), novos dados colhidos em trabalho de campo apresentaram uma nova redução no número de pessoas inicialmente qualificadas como não localizadas na Barreira do João Guarda, local mais impactado. Ao longo do dia, oito pessoas – sendo quatro mulheres e quatro homens – foram localizadas com vida, fora dos escombros. Agora, nove pessoas, sendo cinco homens e quatro mulheres, seguem sendo procuradas na Barreira.

A nova descoberta é fruto de mais um trabalho investigativo, feito em conjunto pela Prefeitura de Guarujá, por meio das secretarias de Saúde (Sesau) e Desenvolvimento e Assistência Social (Sedeas), com as polícias Civil e Militar; além da Defesa Civil do Estado. O número de óbitos registrados na cidade até agora é o mesmo: 33. Somando os dados de Santos e São Vicente, o temporal causou 44 mortes na Baixada Santista.

Assim, nos últimos dois dias, o pente fino em busca de sobreviventes fora dos escombros já localizou 25 pessoas vivas. Isso é resultado de um trabalho que fez o cruzamento com o número de 590 pessoas cadastradas pelo SUS naquela região (Cadastro SUS).

O número de abrigados na Escola Municipal Professora Dirce Valério Gracia também caiu. Agora, permanecem no local 196 pessoas.

Segundo a Defesa Civil, os trabalhos prosseguem e vão continuar durante as próximas 24 horas na região. As equipes foram divididas em setores e estão operando três pontos de checagem.

Volume de chuvas
O volume de chuvas que caiu sobre Guarujá em apenas 72 horas no início da semana passada é algo sem precedentes nos registros da Cidade: foram 405 mm de chuvas nesse curto espaço de tempo. De acordo com cálculos da Secretaria de Meio Ambiente (Semam) de Guarujá, isso equivale a 58 bilhões de metros cúbicos de água, duas vezes o volume do reservatório da usina hidrelétrica de Itaipu, a segunda maior barragem do mundo, que abastece o Brasil e o Paraguai.

Duas das consequências dessa anormalidade foram os deslizamentos em alguns dos 11 morros da Cidade. Só no Morro da Barreira e no da Bela Vista (Macaco), onde ocorreram os principais acidentes, desceu um total de 153 mil toneladas de sedimentos, quase que na totalidade material de origem vegetal, pedras e terra.

Isso equivale a 382 dias de coleta de lixo da cidade, em média, ou seja, mais de um ano do serviço. Os sedimentos estão sendo deslocados dos locais de origem, com autorização da Cetesb.

Descarte provisório
Na manhã desta quinta-feira (12), começou a ser feito o transbordo para uma área provisória de descarte de material inerte na Rua Manoel Alves de Moraes, na Enseada.

Já na parte da tarde, o encaminhamento começou a ser feito para uma área no Saco do Funil, região do loteamento Parque da Montanha, trabalho executado com o apoio de empresa especializada.

“Como se trata de material inerte, o local ambientalmente adequado para a disposição é este. A Cetesb está acompanhando o procedimento, inclusive participando de uma das reuniões do Gabinete de Crise instalado, e deu a anuência”, destaca o secretário municipal de Meio Ambiente de Guarujá, Sidnei Aranha. Segundo ele, o caráter de calamidade pública permite a dispensa de licenciamento ambiental, neste caso.

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Hygor Abreu/Divulgação Prefeitura Municipal de Guarujá

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