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14/04/2025

Trump culpa Putin, Zelenski e Biden por 'milhões de mortes' na Ucrânia

Por Folha Press em 14/04/2025 às 19:13

Reprodução/Instagram @realdonaldtrump
Reprodução/Instagram @realdonaldtrump

Em nova declaração controversa sobre a Guerra da Ucrânia, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, responsabilizou nesta segunda-feira (14) os seus homólogos ucraniano e russo, Volodimir Zelenski e Vladimir Putin, respectivamente, além de seu antecessor na Casa Branca, Joe Biden, pelo conflito ora curso, praticamente os colocando no mesmo balaio, sem distinção entre agressores e agredidos.

Como praxe, o republicano exagerou em suas declarações. Ele acusou os três de serem responsáveis pela morte de “milhões de pessoas”, número acima do apontado por especialistas. Não há estimativa oficial do total de óbitos no conflito, mas a partir de declarações feitas por autoridades de Moscou e Kiev, é mais correto pressupor que o total está na casa das dezenas de milhares.

“Putin como [responsável] número um. Biden, que não tinha ideia do que estava fazendo, como número dois, e Zelenski”, afirmou Trump na Casa Branca, em Washington, durante reunião com o presidente autoritário de El Salvador e seu aliado, Nayib Bukele, ao atribuir responsabilidades no conflito.

Trump tem sido criticado por seus posicionamentos relacionados à guerra, que com frequência são alinhados aos objetivos de Putin. O republicano ainda tem relacionamento conturbado com Zelenski. Em fevereiro, eles bateram boca sobre os rumos do conflito, numa cena nunca vista em público no Salão Oval da Casa Branca, e não assinaram acordos que estavam sendo costurados.

O encontro foi considerado um desastre para Kiev e jogou fora o esforço de líderes europeus de aproximar os presidentes dias depois de Trump ter chamado Zelenski de ditador. Críticos do americano afirmam que a reunião não passou de uma “emboscada planejada” para o ucraniano.

E nesta segunda, o americano voltou a criticar o ucraniano, com insinuações de que Zelenski não tem interesse em alcançar a paz. “Ele está sempre querendo comprar mísseis”, afirmou.

“Quando você começa uma guerra, precisa ter certeza de que pode vencer a guerra”, continuou Trump. “Você não começa uma guerra contra alguém que é 20 vezes maior do que você e depois espera que as pessoas lhe deem alguns mísseis.”

As relações entre Trump e Zelenski têm sido tensas desde que o presidente dos EUA surpreendeu o mundo ao abrir negociações com a Rússia em fevereiro. Desde então, Zelenski tem tentado se aproximar do republicano. Na semana passada, por exemplo, ele enviou uma delegação a Washington para discutir um acordo que daria aos EUA acesso aos recursos naturais ucranianos.

O governo Trump pede a devolução do que diz serem US$ 350 bilhões dados em apoio a Kiev nos três anos da guerra, no escopo do novo acordo conjunto de exploração mineral do subsolo do país.

Os termos irritaram os negociadores ucranianos. Zelenski já havia dito que não “venderia o país” e que considerava o valor empregado pelos aliados uma doação, não uma dívida. As contas de Trump de novo parecem infladas, dado que análises independentes colocam em cerca de US$ 120 bilhões o apoio americano, 56% disso em armas —o maior entre todos os disponíveis.

Enquanto isso, negociações para um acordo de cessar-fogo amplo continuam travadas. Neste domingo (13), as forças da Rússia promoveram um dos mais mortíferos ataques contra civis, matando ao menos 34 pessoas morreram em Sumi, capital da província homônima no nordeste do país invadido pelas forças de Putin.

Trump ainda subiu o tom nesta segunda em relação ao Irã. O presidente dos EUA voltou a ameaçar Teerã com resposta dura caso o país não abra mão de “sonho de armas nucleares”. “O Irã precisa se livrar do conceito de arma nuclear. Eles não podem ter uma arma nuclear”, disse Trump.

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