15/05/2022

Finlândia confirma que vai pedir adesão à Otan

Por Ansa Brasil em 15/05/2022 às 11:50

Reprodução/ANSA
Reprodução/ANSA

A Finlândia confirmou neste domingo (15) que vai pedir adesão à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), rompendo sua histórica política de neutralidade entre o Ocidente e a Rússia.

A mudança de postura de Helsinque chega em meio à invasão russa à Ucrânia, guerra motivada pela crescente aproximação de Kiev com a Otan e a União Europeia.

“Hoje, o presidente da República e o Comitê de Política Externa do governo concordaram conjuntamente que a Finlândia vai se candidatar a membro da Otan, após consultar o Parlamento”, afirmou o presidente Sauli Niinisto em um pronunciamento com a premiê Sanna Marin.

“Esse é um dia histórico, uma nova era está começando”, acrescentou. Já a primeira-ministra disse esperar que o Parlamento aprove a candidatura “nos próximos dias”. “Ela será baseada em um mandato forte”, acrescentou Marin.

De acordo com a premiê, a “ameaça nuclear” de Moscou é “muito séria”, e o país está “preparado para diversos tipos de reações russas”. “Quando olhamos para a Rússia, vemos um país muito diferente daquele de alguns meses atrás. Tudo mudou quando a Rússia atacou a Ucrânia, e acho que não podemos mais acreditar em um futuro de paz ao lado da Rússia ficando sozinhos”, disse.

A Suécia, que também mantém um longo status de país neutro, deve confirmar sua decisão de pleitear uma vaga na Otan nesta segunda-feira (16). Pesquisas de opinião mostram que a maioria da população dos dois países escandinavos agora aprova a entrada na aliança militar, sentimento crescente desde o início da invasão à Ucrânia.

O vice-secretário da Otan, Mircea Geoana, disse neste domingo que está “confiante” que os membros da organização terão uma postura “construtiva e positiva” sobre as candidaturas de Helsinque e Estocolmo – até o momento, apenas a Turquia, dona do segundo maior exército da Otan, levantou objeções por causa do apoio dos dois países aos curdos, mas já deixou claro que “não fecha portas”.

Tanto Finlândia quanto Suécia fazem parte da União Europeia e mantêm parcerias com a aliança euro-atlântica, porém hoje não têm garantia de proteção por parte da organização militar no caso de uma eventual agressão externa, assim como a Ucrânia.

A situação é mais delicada na Finlândia, que compartilha 1,3 mil quilômetros de fronteira com a Rússia, enquanto a Suécia, com uma possível adesão de Helsinque, se tornaria o único país do Mar Báltico fora da Otan.

No último sábado (14), o presidente Niinisto telefonou para o mandatário russo, Vladimir Putin, e disse que a entrada da Finlândia na aliança ocidental vai “fortalecer sua própria segurança”. Putin, por sua vez, respondeu que a adesão seria um “erro” e que Moscou não representa uma “ameaça” para Helsinque.

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