Fevereiro Roxo: mês chama atenção para a fibromialgia e lúpus
Por Santa Portal em 19/02/2025 às 16:00
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Nos últimos anos, doenças reumáticas como a fibromialgia e o lúpus têm ganhado crescente atenção devido ao impacto profundo que causam na qualidade de vida dos pacientes. Embora sejam distintas, ambas compartilham a necessidade de diagnóstico precoce e tratamento adequado, que essenciais para reduzir os efeitos dessas condições no cotidiano de quem as enfrenta.
A fibromialgia é uma doença que se caracteriza pela dor musculoesquelética crônica generalizada, acompanhada por sintomas como fadiga, distúrbios do sono e problemas de memória. Estima-se que de 2 a 4% da população mundial sofra com a fibromialgia. Somente no Brasil, mais de 5 milhões de pessoas convivem com a doença.
Entre os sintomas estão a dor persistente, a hipersensibilidade ao toque e, além disso, os sintomas psicológicos, como depressão e ansiedade. Médica reumatologista membro da Associação Paulista de Medicina de Santos (APM Santos), Dra. Fernanda Chaer explica que o diagnóstico é clínico e deve ser individualizado. “A avaliação cuidadosa pelo profissional de saúde é fundamental para um diagnóstico preciso e para a definição de um plano terapêutico adequado”.
Segundo a especialista, a doença pode confundir-se com outras condições reumáticas, pois muitas doenças causam dor crônica. O tratamento da fibromialgia inclui uma abordagem múltipla, onde o paciente combina medicamentos, mudança de estilo de vida, exercícios físicos, fisioterapia, gerenciamento do estresse e uma dieta balanceada.
“O exercício físico tem um impacto muito positivo, ajudando a melhorar a qualidade de vida de quem convive com essa condição. Ele é um grande aliado no tratamento e pode amenizar muitos dos sintomas”, orienta a médica, explicando que a abordagem do exercício deve ser gradual, respeitando os limites do corpo e evitando sobrecarga, pois os pacientes com fibromialgia podem ter maior sensibilidade ao esforço físico.
Lúpus
O lúpus é uma doença autoimune crônica em que o sistema imunológico, que normalmente protege o corpo contra infecções, ataca por engano os próprios tecidos e órgãos saudáveis causando inflamação e danos a vários sistemas orgânicos, tais como pele, articulações, rins, coração, pulmões e sistema nervoso. Aproximadamente 5 milhões de pessoas vivem com alguma forma de lúpus ao redor do mundo, sendo uma patologia mais comum em mulheres.
Essa condição se apresenta com sintomas que variam amplamente entre os indivíduos, o que dificulta o diagnóstico. “Os sinais iniciais podem variar bastante de pessoa para pessoa, mas existem alguns bastante prevalentes, especialmente nos estágios iniciais, como fadiga excessiva, dor nas articulações, erupções cutâneas, febre baixa, queda de cabelo, sensibilidade à luz solar, úlceras orais e nasais, problemas renais, dificuldade respiratória e alterações no sistema nervoso”.
O lúpus pode se manifestar de formas variadas e, dependendo da gravidade, pode afetar mais ou menos órgãos e sistemas do corpo. As formas do lúpus podem ser classificadas como mais agressivas ou mais brandas, com base em vários fatores, como os sintomas, os órgãos envolvidos e a resposta ao tratamento. “A principal diferença entre as formas mais agressivas e as mais brandas está na intensidade da inflamação e nos danos aos órgãos”.
A médica explica que esses sintomas ocorrem isoladamente ou em combinação e podem ser confundidos com outras condições, como doenças virais ou artrite. Essa condição muitas vezes se apresenta com sintomas que variam amplamente entre os indivíduos, dificultando o diagnóstico. Dra. Fernanda explica que o diagnóstico precoce é essencial para controlar a doença e evitar complicações.
“O diagnóstico de lúpus envolve uma combinação de histórico médico, exames clínicos e laboratoriais. Quanto mais cedo o lúpus for identificado, mais fácil é tratá-lo e controlar os sintomas”.
A importância da conscientização
A conscientização sobre as características dessas condições pode não apenas facilitar um diagnóstico mais rápido, mas também promover a busca por tratamento em estágios iniciais. “As campanhas educativas são fundamentais para fornecer informações e suporte a pacientes e seus familiares”, afirma o presidente da APM Santos, Dr. Antonio Joaquim Ferreira Leal.