27/11/2024

Estudo destaca impacto econômico e social do ProUni no Brasil

Por Santa Portal em 27/11/2024 às 16:00

Arquivo/Agência Brasil
Arquivo/Agência Brasil

O Programa Universidade para Todos (ProUni), criado em 2005, demonstrou impacto significativo no acesso ao ensino superior no Brasil. Entre 2005 e 2019, o número de estudantes matriculados por meio do programa cresceu 543,8%, alcançando um pico de 615.641 beneficiados em 2019. No entanto, de 2019 a 2023, houve uma redução de 34% de alunos matriculados via programa.

Segundo Lúcia Teixeira, presidente do Semesp, entidade que representa mantenedoras de ensino superior no Brasil, “o estudo reforça a necessidade de políticas de fortalecimento do ProUni, como maior oferta de bolsas integrais, retomada das campanhas de divulgação e flexibilização dos critérios para inclusão de instituições filantrópicas. O programa continua sendo uma das iniciativas mais relevantes para democratizar o ensino superior e reduzir desigualdades no Brasil”.

De acordo com o levantamento do Instituto Semesp, centro de inteligência analítica do Semesp, no período de 2013 a 2023 o número de egressos/formados pelo ProUni chegou a 899 mil. Agora, estimando dados de concluintes do período de 2007 a 2012, o total de formados chegou a mais de 1,1 milhão de estudantes de baixa renda que concluíram a graduação com bolsas do ProUni, mostrando a eficiência como ferramenta para ampliar a inclusão educacional no país. O programa também gerou uma economia de R$ 224 bilhões ao longo dos anos, representando mais de 2% do PIB de 2023, ao considerar o menor custo por aluno em comparação às instituições públicas.

O perfil dos beneficiados pelo ProUni reforça sua relevância na democratização do acesso ao ensino superior. Em 2020, 60,6% dos bolsistas eram mulheres, 59,5% se autodeclaravam pretos ou pardos, e 50% tinham até 24 anos. A maior parte dos estudantes (78,4%) recebeu bolsas integrais, enquanto 42,9% estavam localizados na região Sudeste, com destaque para o estado de São Paulo, que concentrou 24,2% dos beneficiados, destacando a diversidade e a amplitude de alcance do programa.

Outro dado relevante é o impacto qualitativo. Alunos do ProUni demonstraram taxas de desistência mais baixas (41%) do que os estudantes de instituições de ensino superior privadas e públicas sem o benefício, 63% e 53%, respectivamente. 

A presidente do Semesp participará do Seminário de Avaliação do Programa Universidade para Todos (ProUni), promovido pelo MEC, nesta quinta (28), em Brasília. Durante o evento, a presidente apresentará o estudo realizado pelo Instituto Semesp sobre os 20 anos do ProUni, destacando os resultados alcançados e propondo estratégias para resgatar o impacto social e educacional do programa.

Para o Semesp, persistem desafios como a não abertura de vagas remanescentes nas edições mais recentes, reduzindo a possibilidade de maior preenchimento das bolsas ofertadas. A instabilidade gerada pela mudança no critério da proporção de vagas há dois anos e a impossibilidade de entidades filantrópicas de educação superior solicitarem vagas adicionais para os cursos já participantes têm desestimulado essas instituições a permanecerem no programa, diminuindo a oferta de bolsas. Também é necessário intensificar as campanhas de divulgação do ProUni, como era feito anteriormente, e revisar os critérios da Bolsa Permanência, atualmente restrita a cursos em tempo integral com carga horária superior a seis horas por dia. Um atrativo seria incluir cursos com carga horária menor, como de Licenciaturas. O estudo reforça a necessidade de políticas de fortalecimento do ProUni, que continua sendo uma das iniciativas mais relevantes para democratizar o ensino superior e reduzir desigualdades no Brasil.

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