Doria vai entrar na Justiça contra Ministério da Saúde por menos doses de Pfizer
Por Folha Press em 05/08/2021 às 12:09
O governador João Doria (PSDB) vai entrar na Justiça contra o Ministério da Saúde em razão da redução na entrega das doses da Pfizer no último lote, que chegou ao estado na terça-feira (3).
Doria, contudo, ainda não explicou que tipo de medida pretende tomar. As informações devem ser anunciadas em entrevista coletiva, às 12h desta quinta (5).
Em ofício encaminhado ao Ministério da Saúde, o governo de São Paulo e a Secretaria de Saúde de SP acusaram a pasta de enviar 50% a menos de doses da Pfizer. O estado recebeu 228 mil doses do imunizante nesta semana, quando esperava que chegassem 456 mil.
Caso o envio não seja regularizado, Doria não conseguirá cumprir o calendário já anunciado, que prevê o início da vacinação de adolescentes no dia 18. Eles só podem tomar o imunizante da Pfizer, o único testado até agora na faixa abaixo dos 18 anos.
João Doria afirmou em entrevista coletiva nesta quarta (4) que a decisão do governo federal é “arbitrária” e “afronta o pacto federativo”. Afirmou também que o governo de Jair Bolsonaro já fez “maldades demais” com o Brasil e que agora faria uma “maldade adicional” contra São Paulo.
Após a acusação, representantes do Ministério da Saúde negaram que tenha havido prejuízo na distribuição e disseram ter havido uma compensação por doses extras recebidas anteriormente.
Em entrevista coletiva, o secretário-executivo do ministério, Rodrigo Cruz, negou que tenha havido prejuízo na distribuição das doses ao estado e disse que a decisão foi tomada em conjunto com representantes de secretários de saúde. Ele também negou que haja um percentual fixo de distribuição de doses por estado.
Segundo a secretária de enfrentamento à Covid, Rosana Leite de Melo, São Paulo retirou mais doses do que o previsto no Instituto Butantan em distribuições recentes, o que levou a “compensações” no envio de outros imunizantes.
Em nota divulgada logo após a coletiva de imprensa do ministério, o governo de São Paulo rebateu as declarações e disse que a afirmação de que o estado teria ficado com mais doses da Coronavac é “mentirosa”.