25/09/2025

Brasil é líder em ciberataques na América Latina, mostra estudo

Por Santa Portal em 25/09/2025 às 15:27

Foto: Reprodução/Freepik
Foto: Reprodução/Freepik

A América Latina é um dos principais alvos de ataques cibernéticos no mundo, e registrou o aumento mais acelerado de de incidentes entre 2014 e 2023, um total de 25%. O levantamento foi divulgado pelo relatório Panorama de Ameaças da América Latina, desenvolvido pela Kaspersky. E o Brasil é o mais afetado pelos ataques, com perdas estimadas em US$2 bilhões em 2024, segundo a Federação Brasileira de Bancos (Febraban).

Ainda no Brasil, uma pesquisa da Fortinet detectou que o país sofreu 315 bilhões de tentativas de ataques cibernéticos no primeiro semestre deste ano, 80% do total de ataques na região da América Latina.

Mas o que chama tanto a atenção de criminosos no país? De acordo com o especialista em Cibersegurança da PierSec, Alex Vieira, dois dos principais atrativos são os baixos níveis de educação tecnológica e uma necessidade de evolução na maturidade da segurança – apesar do indicador  apontado pelo Índice Global de de Segurança Cibernética 2024, publicado pela União Internacional de Telecomunicações (UIT), que posicionou o Brasil na segunda colocação entre os países do continente americano com maior maturidade cibernética, o especialista avalia que ainda há um longo caminho pela frente.

“O ranking mostra que o Brasil avançou em diretrizes, políticas públicas e regulação, o que é muito positivo. Mas precisamos entender que maturidade em segurança não significa imunidade. Ainda temos uma distância entre teoria e prática: muitas organizações cumprem requisitos mínimos, mas não consolidam uma estratégia robusta e contínua de proteção. Então, sim, estamos no caminho certo, mas os números de ataques provam que ainda temos um longo percurso para transformar essa maturidade em resiliência real”, afirma Alex.

Ainda para o especialista, existem ainda outros fatores que tornam o Brasil um mercado extremamente atrativo para o cibercrime. “Temos grandes instituições financeiras, empresas globais e setores críticos que movimentam bilhões. Ao mesmo tempo, a maturidade em segurança ainda é baixa, mesmo que estejamos em evolução. Isso cria um terreno fértil para ataques. E é claro, a falta de conscientização da população em geral e das próprias empresas sobre práticas básicas de proteção digital. Isso vai desde senhas fracas e uso indevido de dispositivos até a ausência de planos estruturados de prevenção e resposta a incidentes”, diz.

Segundo Alex, o primeiro passo para uma mudança é enxergar a segurança como investimento estratégico, e não como custo, o que envolve educação contínua em todos os níveis, implementação de controles mínimos obrigatórios, criação de políticas claras e investimento em monitoramento constante. “Quanto antes o Brasil entender que segurança digital é parte da sustentabilidade do negócio, mais preparados estaremos para reduzir esses números alarmantes”, conclui.

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