Marcas se juntam a Bortoleto de olho no novo público da F1
Por Julianne Cerasoli/Folhapress em 11/02/2025 às 10:10
![Reprodução/Instagram @gabrielbortoleto_](https://santaportal.com.br/wp/wp-content/uploads/2024/12/Gabriel-Bortoleto.jpg)
Primeiro brasileiro titular na Fórmula 1 desde a aposentadoria de Felipe Massa no final de 2017, Gabriel Bortoleto vem colecionando patrocinadores antes mesmo de alinhar no grid para sua estreia na categoria, no GP da Austrália, dia 16 de março.
Afinal, ele representa uma oportunidade boa demais para as marcas deixarem passar, com o aumento do espaço dado a um dos esportes que mais ganham fãs entre a geração Z, uma tendência mundial.
O último anúncio foi da gigante Nestlè, que associará a marca KitKat a Bortoleto por pelo menos três anos. “As ações se alinham a uma estratégia voltada ao público jovem, que representa uma parte significativa dos fãs da marca e que tem impulsionado o crescimento da Fórmula 1 nos últimos anos”, explicou a marca por meio de comunicado.
No final do ano passado, quando Bortoleto foi para as duas últimas corridas da Fórmula 2 na liderança do campeonato, e sagrou-se campeão como estreante, assim como tinha feito em 2023 na Fórmula 3, outra grande empresa, O Boticário, uniu-se ao piloto brasileiro, por meio da linha Malbec. E a justificativa de marketing foi semelhante.
“Malbec e Gabriel representam a determinação do brasileiro na busca por deixar sua marca. Para nós no Boticário, uma empresa com 47 anos de história no Brasil, é simbólico estar com um piloto de 20 anos que vem conquistando seu espaço a cada corrida.”, afirma Marcela De Masi, diretora-executiva de Branding e Comunicação do Grupo.
Foi em 2023, quando conquistou o título da Fórmula 3, que Bortoleto passou a ter o apoio da Porto Seguradora, que na época já patrocinava Felipe Drugovich, reserva da Aston Martin e campeão da Fórmula 2 do ano anterior. Oliver Haider, superintendente de marketing da Porto, revelou que essa estratégia busca “entender como podemos nos comunicar com esse público jovem, como estar próximo dele, e Bortoleto casa muito com isso.”
Mais voltado ao patrocínio do automobilismo desde 2015, com ações na equipe Alpine na F1 e também em outros campeonatos no Brasil, do Rali dos Sertões à Stock Car Brasil, o Banco Regional de Brasília também é patrocinador de Gabriel Bortoleto. Para completar, a Barthelemy, marca que leva a alfaiataria para roupas de praia masculinas, e a Snapdragon, empresa de processadores que também é patrocinadora da Mercedes na F1, também estavam com Bortoleto desde a Fórmula 2.
Ter patrocínios fortes é extremamente importante principalmente no início da carreira na Fórmula 1, ainda mais aliados ao tipo de trajetória que Bortoleto tem, com dois títulos nos últimos dois anos.
Mesmo que, atualmente, a adoção do teto orçamentário tenha diminuído a dependência das equipes do patrocínio vindo dos pilotos, estar bem amparado é mais um ingrediente que conta a favor.
Vale lembrar do exemplo do último brasileiro que estreou na Fórmula 1, Felipe Nasr, que correu pela mesma equipe Sauber com a qual Bortoleto fará sua estreia. O piloto foi o responsável pelos pontos que renderam milhões para o time, mas foi preterido quando o Banco do Brasil retirou o investimento e perdeu sua chance na F1 mesmo sendo um piloto talentoso e que viria a fazer uma grande carreira no automobilismo internacional.
O momento atual, contudo, é mais favorável justamente por essa oportunidade que as marcas têm de dialogar com a geração Z, a exemplo do que foi visto na Argentina, com o fenômeno de marketing e mídias sociais Franco Colapinto. E pensar que, há 10 anos, quando Nasr estava estreando, o discurso do antigo dono da F1 era de que “jovem não tem dinheiro para comprar Rolex” e que, por isso, não interessava à categoria.