Maioria do Conselho reprova contas de Peres no Santos

Por Rodrigo Martins/#Santaportal em 03/08/2020 às 22:43

SANTOS FC – O Conselho Deliberativo do Santos, através de reunião virtual realizada na noite desta segunda-feira (3), reprovou as contas da diretoria executiva do clube referentes ao ano de 2019, conforme recomendado pelo parecer do Conselho Fiscal. Ao todo, 170 conselheiros seguiram o relatório do Conselho Fiscal do Peixe e rejeitaram as demonstrações financeiras do ano passado. Apenas três conselheiros foram contra o parecer e aprovaram o balanço de 2019 da gestão do presidente José Carlos Peres. Três conselheiros se abstiveram da votação.

O caso agora vai para a Comissão de Inquérito e Sindicância (CIS), que vai analisar se houve gestão temerária por parte do dirigente. 

Além disso, a decisão desta noite abre precentes para novos pedidos de impeachment contra Peres. O presidente santista teria 10 dias para apresentar a sua defesa, cabendo à Mesa convocar posteriormente uma reunião extraordinária com a necessidade de participação mínima de 150 conselheiros, sendo 2/3 favoráveis ao afastamento, para que ele se confirme.  

A reprovação das contas tinha sido indicada, mesmo com o superávit de R$ 23,5 milhões, sustentado em grande parte pela venda de Rodrygo ao Real Madrid (Espanha) por 45 milhões de euros – 40 milhões de euros (R$ 172 milhões) ficaram para o clube. Em 2018, o Alvinegro Praiano fechou o seu balanço com R$ 77 milhões de déficit. A explicação de Peres para esse resultado foi que os valores da venda do “Raio” para o time espanhol seriam computados apenas no ano seguinte. Apesar disso, o superávit não foi o suficiente para compensar o déficit.

Antes da votação pelo plenário do Conselho, o Comitê de Gestão do Santos chegou a apresentar sua defesa sobre o primeiro parecer do Conselho Fiscal, que havia sinalizado pela reprovação das contas. O CG argumentou que o relatório deveria “ser limitado a análise das demonstrações financeiras, sucedido por eventuais problemas detectados pelo Conselho Fiscal em relação à administração”, sem que fossem levados em consideração para aprovação ou não das contas.

A diretoria executiva alega ainda que “a não aprovação das demonstrações financeiras sob qualquer outro argumento extra-auditoria, que é exatamente o que foi apresentado pelo Conselho Fiscal fere o disposto no estatuto Social do Santos Futebol Clube”.

O Conselho Fiscal, por sua vez, diz que a Administração excedeu os custos e despesas orçados e aprovados para o exercício de 2019 no montante de R$ 98.073.105,00, cerca de 43,45% acima dos valores aprovados. “Mesmo assim a argumentação não apresenta qualquer justificativa para esse fato, muito ao contrário, se limita a transferir ao Conselho Fiscal a dificuldade em cumprir o orçamento estabelecido pelos mesmos, chegando ao absurdo de usar a rejeição do orçamento para 2020 como argumento, esquecendo que a mesma não tem nenhuma relação com o orçado para 2019, que foi aprovado na íntegra, como apresentado pela Administração”.

Com base nisso, o órgão recomendou a nova reprovação e as demonstrações financeiras de 2019 foram rejeitadas pelos conselheiros.

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