06/01/2025

Jovem se emociona ao estrear na Copinha após ser ajudante de pedreiro

Por André Martins/Folhapress em 06/01/2025 às 16:12

Reprodução/Redes Sociais
Reprodução/Redes Sociais

O volante Gabriel Dalto abriu o coração no vestiário após a vitória do Sfera sobre o Estrela de Março, na primeira rodada da Copinha, no último sábado (4). O jovem atleta, que chegou a atuar como auxiliar de pedreiro antes do futebol, estreou como titular do time e compartilhou sua felicidade com os colegas.

O que aconteceu

O jogador de 18 anos se emocionou em discurso aos companheiros de time. Ele pediu a palavra na roda pós-jogo e destacou não só o momento que vive e sua trajetória, como também a conquista coletiva pela vitória por 2 a 1. A cena foi gravada e publicada nas redes sociais do clube e viralizou.

Dalto, que está em sua segunda temporada pelo Sfera, realizou o sonho de registrar seus primeiros minutos em campo na Copinha. Apesar de ter sido relacionado na edição do ano passado, ele não entrou em campo durante a campanha da equipe, que foi uma das sensações do torneio. O meio-campista começou a carreira no Ska Brasil antes de chegar no time de Salto.

Ele já trabalhou como auxiliar de pedreiro e recebia uma diária simbólica. O jogador exerceu a função durante um breve período, na reforma de uma casa, ajudando o pai na renda familiar antes de trilhar seu caminho no futebol. Agora, continua sua formação nas dependências do Sfera.

“Desde pequeno, eu sempre sonhei estar aqui. Estar dentro de campo, jogando uma Copinha. No ano passado, não tive essa oportunidade, só fui para os jogos, mas não cheguei a entrar. Mas meu choro não é nem por conta do sonho, por tudo isso. É que só Deus sabe o quanto orei, o quanto estava esperando por esse momento, o quanto batalhei não só para estar dentro de campo, mas para vencer a mim mesmo. A nossa maior luta que temos é contra nós mesmos”, disse.

“Todo esse momento é muito importante para mim, não só pela vitória, pelos três pontos, mas por chegar até aqui conseguindo vencer a mim mesmo. Conseguido vencer minhas limitações, minhas incapacidades, então esse momento é tão importante para mim e queria compartilhar com todos vocês, porque a minha alegria é muito grande dentro do meu coração de poder ver cada um de vocês aqui, sorrindo e felizes por poderem comemorar a vitória no primeiro jogo.”

Dalto não tem conta nas redes sociais. O atleta da geração de 2006, tido como de perfil mais reservado, é um dos mais de 100 atletas que ficam alojados no CT Santa Filomena -estrutura de cerca de 600 m² localizada em Jarinu.

Gesto simbólico

A emoção exposta pelo jogador virou um exemplo do trabalho realizado pelo Sfera. O clube, que mira ser referência nacional na formação de atletas, investe em revolucionar as categorias de base do futebol brasileiro por meio da transformação dos atletas. O projeto começou de fato em 2023 e já tem o selo de clube formador da CBF.

As jovens promessas do clube realizam uma formação humana. Além dos trabalhos técnicos e de performance em campo, eles têm tutoria pedagógica personalizada, aulas de inglês e acesso a psicólogos, entre outras atividades sócio-educativas.

“O caso de Dalto acabou emocionando muita gente e a todos nós do Sfera também, muito porque estamos comprometidos com essa causa, que é a transformação. É muito emocionante ver um atleta capaz de se emocionar em um vestiário pós-jogo, em um ambiente tão duro e muitas vezes tão hostil do futebol. Ver o resultado desse processo, dele conseguir se emocionar de uma forma tão natural e emocionar tanta gente com um depoimento que foi tão potente, para a gente é muito significativo”, disse Larissa Li, diretora de pessoas e cultura do Sfera.

“Apesar de sermos um clube muito novo, temos planos muito ambiciosos. A gente almeja ser referência de clube formador. Nossa tese central é que se formamos um individuo muito bem, um bom cidadão, vamos ter um atleta melhor dentro de campo. A gente olha para essa formação de uma forma global.

Tem muito forte a parte técnica, mas levamos a formação humana tão a sério quanto a de dentro de campo. Toda a parte emocional, acadêmica, afetiva e social muito conectadas. Isso vai desde o nosso processo para criar um ambiente saudável, que dê muita segurança psicológica para todos que estão aqui. O que aconteceu no sábado é exempli disso.”

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