Com problema cardíaco, volante Adilson, do Atlético-MG, anuncia aposentadoria
Por #Santaportal em 12/07/2019 às 16:53
FUTEBOL ? Diagnosticado com uma doença crônica chamada cardiomiopatia hipertrófica, o volante Adilson, do Atlético-MG, anunciou sua aposentadoria precoce aos 32 anos nesta sexta-feira (12). Na Cidade do Galo, o jogador comoveu os membros da comissão do Galo e foi aplaudido por seus ex-companheiros.
Adilson esteve ao lado do diretor de futebol Rui Costa, do médico Rodrigo Lasmar e do cardiologista Haroldo Aleixo. Aleixo explicou a situação do jogador. ?Fizemos uma avaliação agora no meio do ano, na intertemporada, que caracterizou e identificou uma cardiomiopatia, uma doença cardíaca que o impede de seguir como atleta profissional de futebol. Isso foi estabelecido agora. A partir do momento que se estabeleceu, nossos primeiros cuidados foi discutir com o próprio médico pessoal do atleta e também com uma terceira pessoa, um terceiro profissional, para ouvir a opinião, discutir sobre o diagnóstico e a conduta que deveria ser tomada. Houve uma unanimidade sobre a conduta, que decidiu por abreviar, do ponto de vista da continuidade, a carreira do Adilson como atleta de futebol?, explicou o cardiologista.
Emocionado, Adilson agradeceu ao clube pelo apoio e sobre o seu futuro. ?Eu não preparei nada em especial, eu vim aqui só agradecer por todo o apoio, todo o suporte do departamento médico do Atlético-MG, diretoria e presidente, que não estava no Brasil, mas fez questão de me ligar e me dar todo o apoio. Quero agradecer à rapaziada que está aqui (os jogadores do time acompanharam a coletiva), todos que estão aqui. É isso que me fortalece. Só tenho a agradecer, até aqui tem sido tudo maravilhoso na minha vida pessoal e esportiva. Minha filha vai nascer dia 22. Tenho muitos motivos para seguir, para ser feliz?, disse.
Ao fim da coletiva, Adilson foi aplaudido pelos atletas do Atlético e consolado pelo lateral Patric.
O que é cardiomiopatia?
?A cardiomiopatia hipertrófica é uma doença herdada hereditariamente. O que ocorre é que há uma formação de fibras musculares de forma inadequada, então o coração começa a hipertrofiar em alguns segmentos, de forma heterogênea. Ele pode hipertrofiar, e essa hipertrofia específica da doença é potencialmente geradora de arritmia durante o esforço. O coração dele como bomba é um coração absolutamente normal. Se ele for pro campo, vai ter uma performance normal, porque o bombeamento do sangue é normal, a força é normal. Ele tem um potencial foco de arritmia. Esse foco pode nunca gerar arritmia, mas dentro do que preconizado na literatura internacional, nas condições do Adilson, no contexto em que ele se insere, ele não deveria praticar atividades físicas competitivas, porque a atividade física pode atuar como um gatilho para predispor uma arritmia, e essa arritmia leva à morte súbita, que é a grande preocupação. Ele não tem nenhuma doença manifesta clinicamente ou manifesta em termos de arritmia. Ele tem um potencial foco de arritmia que pode prejudica-lo se ele continuar jogando”, destacou Haroldo Aleixo.
Carreira
Gaúcho, Adilson iniciou a carreira de jogador nas categorias de base do Caxias. De lá, ele seguiu para o Grêmio, onde chegou aos profissionais em 2007. Pela equipe gremista, o atleta foi campeão do Campeonato Gaúcho em 2007 e 2010 antes de se transferir para o futebol internacional. Atuou pelo Terek Grozny (Rússia) e, em 2017, retornou ao Brasil para defender o Atlético-MG. No Galo, o jogador disputou 98 partidas, marcou dois gols e foi campeão mineiro em 2017.