Armador de Itanhaém comemora primeira convocação para seleção principal: "Realização de um sonho"
Por Rodrigo Martins em 11/02/2021 às 06:43
BASQUETE – Prestes a completar 23 anos, o armador Felipe Ruivo, do Paulistano, vive uma fase especial. Nascido em Itanhaém, o jogador da região é uma das grandes revelações do basquete nacional e foi convocado para defender a seleção brasileira nos jogos contra Panamá e Paraguai, nos dias 21 e 22 de fevereiro, respectivamente, na Colômbia.
O #Santaportal conversou com Ruivo sobre o bom momento que atravessa, que culminou com a lembrança do técnico Aleksandar Petrovic para defender a seleção principal.
Com passagens pelas seleções de base, o armador revelou que realizou um sonho ao ser convocado para jogar pelo time principal do Brasil. Ser convocado foi uma emoção muito grande, um sentimento muito diferente em relação ao que eu já tinha vivido até então. Apesar das inúmeras convocações para a seleção de base, eu sempre sonhei em um dia poder vestir a camisa da seleção brasileira principal. Quando esse momento chegou, a minha família e eu ficamos bem contentes. É um momento que vai ficar marcado para sempre na minha memória e na minha história, contou.
Felipe Ruivo lembrou o começo de sua trajetória e falou que jogar pela seleção principal é a realização de um sonho, não só dele como de toda a sua família. Comecei a jogar com o meu pai no Inter (de Regatas), de Santos, onde era federado, e no time de Itanhaém, no campeonato paralelo à federação. Sou da região e, mesmo no começo da minha trajetória, eu sempre me imaginava jogando em um grande clube, cresci vendo basquete. Era um sonho meu jogar no Paulistano e no Pinheiros também, por onde passei quase toda a base e o meu começo no adulto. Então eu sempre vislumbrei esse tipo de coisa. Chegar na seleção era um dos meus objetivos. Acredito que ter conseguido realizar esses sonhos, atingir esses objetivos, é motivo de muito orgulho para mim e para a minha família, disse.

Foto: Divulgação/CABB
Curiosamente, Ruivo vai se apresentar à seleção no dia 16, data em que faz aniversário. Ele garante que vai jogar o mesmo basquete que o levou a vestir a camisa verde e amarela. Pretendo jogar o basquete que eu sei, pretendo ser eu. Acho que se eu for para lá pensando em fazer algo totalmente diferente do que eu venho fazendo ao longo dos anos, diferente do que eu sei fazer, é aí que as coisas podem não sair como eu quero. Pretendo ser o Ruivo que sempre fui e continuo sendo: um jogador tranquilo, que é agressivo para a cesta quando precisa ser, mas que, principalmente, gosta de organizar a equipe e procura colocar os seus companheiros nas melhores condições para pontuar sempre, destacou.
As partidas contra Panamá e Paraguai são as duas últimas da seleção antes da AmeriCup, a Copa América de basquete. O torneio também é classificatório para os Jogos Olímpicos de Tóquio.
O armador do Paulistano também falou sobre a cobrança para se manter em alto nível. Segundo Ruivo, essa pressão não afeta o seu jogo dentro de quadra. Apesar da pouca idade, eu venho provando que posso ser um jogador muito útil em qualquer elenco do campeonato. Essas expectativas que se criam em torno de jogadores mais jovens, falando por mim, é algo que não me incomoda, não me atrapalha. Procuro nem pensar nisso. Sou muito pé no chão, gosto muito de viver o presente. O futuro a Deus pertence. Claro que eu posso moldar de uma maneira um pouco melhor o meu futuro, de acordo com o que eu faço no presente, mas não é algo que eu consiga controlar, que esteja totalmente nas minhas mãos. Então, o que eu posso fazer é trabalhar o mais duro possível, ajudar o Paulistano e os meus companheiros a serem bem sucedidos nos campeonatos. Meu foco é sempre no que eu posso fazer agora, afirmou.
Indagado se jogar na NBA seria um dos seus objetivos, Felipe Ruivo prefere ser cauteloso. Ele mantém o discurso de manter o foco no seu atual momento, sem descartar um dia a realização do sonho de jogar na principal liga de basquete do mundo.
Com certeza eu penso em jogar na NBA, é o sonho de qualquer atleta. Comigo não é diferente. Mas como eu disse, sou muito pés no chão. Eu sei que chegar lá não é impossível, mas muito difícil, complicado. Você tem que trabalhar muito e, ao mesmo tempo, precisa contar com certas oportunidades e estar pronto para essas chances quando elas chegarem. Seria muito legal jogar na NBA, mas não é algo que eu fico vislumbrando. O meu foco é no Paulistano, em ajudar os meus companheiros. Se um dia isso (ser convidado para jogar na NBA) vier como consequência de tudo que estou fazendo no presente, vou sentar e analisar junto com a minha família o que for melhor para mim, concluiu.

Foto: Reprodução/Instagram Felipe Ruivo