Unisanta não contrata atletas, os forma, diz pró-reitor Marcelo Teixeira

Por Noelle Neves em 14/10/2021 às 09:42

A Universidade Santa Cecília (Unisanta) é uma das poucas instituições brasileiras a integrar Esporte com a Educação. O cuidado com essa união existe desde a fundação, devido a simpatia e afinidade do Dr. Milton Teixeira com o assunto, e foi impulsionado com as novas gerações, encabeçada pelo pró-reitor Marcelo Teixeira. Hoje, a Unisanta está entre os cinco maiores clubes de natação do Brasil e já foi reconhecida como o maior clube de maratona aquática do mundo, em 2016.

De acordo com a reitora Silvia Teixeira Penteado, os fundadores acreditavam que o esporte aliado com a educação é uma via transformadora.

“O Dr. Milton entendia que, além de uma satisfação, um alto rendimento poderia tornar uma pessoa útil na sociedade. Afinal, a prática pode congregar, unir opostos e ensinar o sentido de equipe. Na universidade, sempre apoiamos o aluno-atleta, fazendo com que, além de adquirir conhecimentos nas disciplinas básicas, possam usar seus talentos”.

A universidade visa orientar estudantes e familiares, além de oferecer oportunidades para que se formem como cidadãos e ainda tenham estrutura necessária para alcançar pódios e medalhas.

“A carreira de um atleta é muito curta, se não aproveitar bem. Aqui, oferecemos bolsas no colégio, graduação e até pós-graduação. Fazemos nosso papel e damos a chance de crescerem naquilo que amam. Assim ficam felizes e ficam livres de vícios. Nossa missão é formar um cidadão, não apenas um atleta”.

O diretor administrativo, Marcelo Teixeira Filho, torce para que outras universidades tenham o pensamento visionário da Unisanta. “Essa é a melhor maneira de transformar o mundo e as próximas gerações”, opinou.

Principais atletas da Universidade Santa Cecília

A Unisanta é um dos cinco principais clubes de natação do Brasil. Grandes nomes do esporte nadam ou já nadaram pela instituição, como Ana Marcela Cunha, Nicholas Santos, Leonardo de Deus e Poliana Okimoto.

Para a presidente, Lúcia Teixeira, a trajetória dos atletas é um exemplo de luta, pois se esforçaram e enfrentaram dores físicas durante as preparações para provas.

“Há também todo o preparo psicológico. Eles mostram que sempre devemos persistir, estudar, treinar e acreditar nos nossos sonhos. São verdadeiros exemplos”, destacou.

Ana Marcela Cunha

Campeã olímpica da Maratona Aquática, Ana Marcela Cunha é o nome mais badalado na atualidade

Ana Marcela Cunha, de 29 anos, foi eleita seis vezes melhor do mundo nas Águas Abertas e multimedalhista em Campeonatos Mundiais. Ao todo, já conquistou dez medalhas em Campeonatos Mundiais (quatro de ouro, duas de prata e quatro de bronze), o título da Fina Marathon Swim World Series por duas vezes, ouro no Sul-Americano de Lima e o ouro nos Jogos Pan-Americanos também realizados na capital peruana. Além disso, conquistou o título do Campeonato Mundial Militar, realizado em 2019, na China.

Sua mais recente conquista foi a medalha de ouro olímpica, a primeira de sua carreira. “A Unisanta foi fundamental para minha formação como atleta, foi a porta que se abriu em 2007 através do Dr. Marcelo, para permitir minha vinda para Santos com minha família, com excelente suporte educacional do Colégio Santa Cecília e depois a Universidade. A instituição me da a certeza que, no Brasil, o Esporte pode caminhar de mãos dadas com a Educação”, declarou.

De acordo com ela, o que fez com que se mantivesse no clube por tanto tempo foi o apoio e a infraestrutura oferecida. “É o centro com mais condições técnicas e estruturais. Somar a educação a isso foi decisivo para vir para a Unisanta, onde também encontrei o ambiente ideal. A universidade é uma família, tenho orgulho de fazer parte dela”.

Leonardo de Deus

Participou de três Olimpíadas e possui resultados marcantes em competições pelo mundo

Leonardo de Deus, de 30 anos, integra a seleção brasileira desde 2009. Em sua trajetória, possui participações nas Olimpíadas de Londres 2012, Rio 2016 e Tóquio 2020, quando conquistou o 6º tempo do mundo e obteve a melhor marca de sua carreira nos 200m borboleta (1m54s83).

O nadador sagrou-se tricampeão nos 200m borboleta no Campeonato Pan-Americano de Lima, em 2019, sendo um dos únicos atletas com esse título na história da competição. Alcançou medalhas em Campeonatos Mundiais Militares e obteve o ouro no revezamento 4x200m no Mundial de piscina curta (25m).

Ele começou a nadar aos 12 anos e passou a integrar a equipe da Unisanta em 2017. “Sou de São Paulo. Minha família inteira é de lá. Mas o que encontro aqui, não tem em outro lugar. Aqui recebemos toda estrutura para competir nos campeonatos em alto rendimento. Minha decisão de vir para a Unisanta baseia na confiança do Dr. Marcelo conosco. Sabia que seria tratados com carinho e respeito. Isso pesou muito”, enfatizou.

De acordo com Léo, o que a Unisanta faz no Brasil é único, pois prepara atletas de todas as idades, enquanto constrói um cidadão, através da união com a Educação.

“A bolsa de estudos, seja no Ensino Fundamental, Médio ou Graduação ajuda a transformar. Outras empresas deviam investir nesses projetos. Que a universidade seja um exemplo”, opinou.  

Nicholas Santos

Recordista e vice-campeão nos Mundiais de Piscina Longa (50m)

Nicholas Santos foi vice-campeão nos Mundiais de Piscina Longa (50m) em Kazan, na Rússia, em 2015, e em Budapeste, na Hungria, em 2017. É medalhista de bronze no Mundial de Gwangju, na Coreia do Sul, em 2019, onde alcançou um recorde especial: aos 39 anos, atualizou a marca de nadador com mais idade do mundo a ganhar uma medalha em mundiais.

É bicampeão da competição em piscina curta (25m), com ouros em Istambul, na Turquia, em 2012, e Hangzhou, na China, em 2018. Além disso, carrega o status de um dos maiores velocistas da atualidade em nado borboleta. É um dos melhores nadadores do mundo na prova dos 50m borboleta, com recorde mundial em piscina curta.

Nicholas nadou pela Unisanta em 2003. Depois de 10 anos em outros clubes, voltou e permanece até hoje. Com experiências em outros locais, pode dizer com convicção que não há local melhor que a universidade.

“A Unisanta alia o Esporte com a Educação, e isso faz toda a diferença. Aqui, seguimos modelos do exterior. O Dr. Marcelo tem uma grande estrutura e faz questão de oferecer o melhor para os atletas, com uma piscina excelente, programa bem feito, comissão técnica de qualidade… Não só pensando em resultados e alto rendimento, a Unisanta molda o cidadão”, definiu.

Poliana Okimoto

Medalhista de bronze nos Jogos Olímpicos do Rio 2016

Poliana Okimoto foi a primeira nadadora brasileira a conquistar uma medalha olímpica na natação (bronze), nos Jogos Olímpicos Rio 2016. Hoje, integra o International Marathon Swimming Hall of Fame.

No Campeonato Mundial de Esportes Aquáticos de 2009, obteve a medalha de bronze na maratona aquática de 5 km, quebrando jejum de 15 anos para o pais no campeonato. Foi a primeira mulher brasileira a ganhar uma medalha na história da competição.

Foi medalha de prata na prova de 10 km nos Jogos Pan-Americanos de 2011. Em 2013, ganhou a medalha de prata na Maratona Aquática de 5 km. Também se tornou campeã mundial, obtendo a medalha de ouro na prova de 10 km no mesmo ano.

Poliana fez parte do time da Unisanta no ciclo olímpico 2014-2017. Antes, nadou por um ano no clube em 2003, onde conheceu o treinador e marido Ricardo Cintra.

“A Unisanta teve total mérito dentro da minha medalha, porque logo depois de 2012, tive uma hipotermia nos Jogos Olímpicos de Londres, não completei a prova e passei por um momento muito difícil na minha carreira, onde poucas pessoas acreditaram em mim. A universidade me acolheu, comprou meu sonho e me ajudou a realizar. Minha gratidão é eterna por eles, pela família Teixeira, por todos os funcionários… A gente forma uma família, por isso comemoramos juntos todos nossos feitos. Sou grata demais”, contou em entrevista ao Santa Portal.

Para ela, a Unisanta enxerga o quanto o Esporte é fundamental dentro de uma sociedade. “Por mais que não se torne um campeão olímpico, o atleta da Unisanta sairá como um cidadão melhor, com um diploma e inúmeros ensinamentos promovidos pelo dia a dia de treinamentos, aliado com a Educação. Tenho um orgulho grande de ter feito parte de tudo isso”, disse.

Relembrando a conquista, Poliana acredita que a medalha olímpica abriu portas para brasileiras na maratona aquática. Segundo ela, a geração era composta por ídolos homens e o marco mostrou que a referência feminina no esporte era possível.

“Foram resultados como o meu que fez com que as meninas pudessem ter um espelho e que pudessem acreditar que a gente pode também. Não são só os homens, estamos conquistando nossos espaços”, concluiu.

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